Empresa portuguesa quer dar emprego a engenheira afegã (mas não consegue trazê-la de Cabul)

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Mulheres refugiadas do Afeganistão.

Mulheres refugiadas do Afeganistão.

A S317, uma consultora portuguesa que se dedica à área da energia e da água, abriu uma vaga de emprego para contratar uma engenheira afegã. Não foi difícil encontrar a candidata certa. O problema é conseguir, agora, trazê-la de Cabul, a capital do Afeganistão.

Tajala, de 23 anos, foi a engenheira afegã escolhida pela S317 para integrar a empresa. Mas a jovem que reside em Cabul não consegue sair do Afeganistão, numa altura de alta tensão depois de os talibãs terem tomado o poder no país.

Esta dificuldade é relatada por um dos sócios da empresa, Filipe Vasconcelos, que fala do caso na rede social Twitter.

O empresário revela que a S317 abriu “vagas para uma engenheira afegã”, que “foi super rápido” e que já encontraram uma que querem recrutar. Mas “agora preciso de a tirar de Cabul”, nota.

Filipe Vasconcelos refere ainda que escreveu ao Ministério dos Negócios Estrangeiros, à Embaixada, ao Consulado e ao Conselho Português para os Refugiados, “mas não sei quando me responderão”, desabafa.

Se alguém tiver uma boa ideia que ajude neste processo, diga por favor. É importante”, aponta, por fim, no Twitter.

Espero que não fiquemos enredados numa teia de burocracia“, nota Filipe Vasconcelos, já em declarações ao Expresso.

O empresário acredita que a jovem possa apanhar algum voo para fora do país, para rumar depois a Portugal, onde tem um emprego à sua espera.

A S317 é uma “consultora de energia e água” que trabalha com “os temas da transição energética e da descarbonização, com um perfil internacional“, esclarece Filipe Vasconcelos no Expresso.

“Estamos com frequência a precisar de técnicos especialistas”, diz ainda, notando que a empresa tem uma “equipa fixa” de 12 pessoas de várias nacionalidades. A estes colaboradores “somam-se cerca de 30 que trabalham alocados temporariamente a projectos específicos para clientes em África, na América do Sul e na Ásia”, refere.

A empresa tem escritórios em Oeiras, mas flexibilidade para que as pessoas trabalhem a partir de casa, o que, no caso de Tajala, também seria um problema nesta altura de instabilidade política e social no Afeganistão.

ZAP //

3 Comments

  1. Se esse senhor empresário estiver à espera de uma resposta atempada de um consulado ou embaixada português, simplesmente desiluda-se!

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