Empresa espanhola arrasou ponte e villa romanas em Beja para plantar amendoeiras

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Torbenbrinker / wikimedia

Arco romano de Beja.

Uma empresa espanhola destruiu património arqueológico, incluindo uma ponte e uma villa romanas, em Beja, para plantar um pomar de amendoeiras. Mas este é apenas um de vários casos de destruição de vestígios arqueológicos em nome de interesses agrícolas.

O Público reporta que, nos últimos anos, têm ocorrido vários casos de destruição de património arqueológico para a plantação de monoculturas de olival, amendoal, vinha, montado, eucaliptos e pinheiros.

O mais recente caso conhecido respeita a Beja, onde a empresa de capitais espanhóis De Prado Portugal S. A. terá arrasado “quase duas dezenas de sítios arqueológicos” para plantar amendoeiras, segundo relata o jornal.

Estes vestígios destruídos, incluindo “uma ponte, um aqueduto e uma villa da época romana”, estavam assinalados no Plano Director Municipal de Beja, mas acabaram arrasados pela intervenção da empresa espanhola, sustenta o diário.

Os trabalhos com recurso a “maquinaria pesada” e com “extracção de pedra” terão ocorrido entre Abril e Agosto deste ano, segundo a mesma fonte.

A Direcção Regional da Cultura do Alentejo (DRCA) terá reportado o caso ao Ministério Público (MP) e à Direcção Geral do Património Cultural, apelando à suspensão dos trabalhos, mas “a movimentação de terras prossegue”, garante o Público.

Contudo, esta situação em Beja não é caso único. Por todo o Alentejo haverá outros casos semelhantes, com destruição de vestígios arqueológicos dos períodos do calcolítico, da Idade do Ferro, do tempo dos romanos e da era medieval.

Nalguns dos locais afectados, haverá vários vestígios desenterrados que ficam à mão de quem os quiser apanhar para vender, por exemplo, o que tem acontecido com fragmentos cerâmicos, pedras trabalhadas e com moedas.

ZAP //

26 Comments

  1. Sabem quem foi, é levar o caso para a justiça e pontapé pra frente, há duvidas?
    Realmente a invasão espanhola é notável, este verão passei pelo Alentejo e está tudo coberto de oliveiras com regadio gota a gota. Houve um individuo que me disse que as oliveiras chegam a dar azeitonas 2 ou mais vezes ao ano, quando antigamente haviam oliveiras dispersas e a apanha era anual e muita por metodo manual, agora têm maquinas que apanham 2 em 2 oliveiras de cada vez em minutos. Acho curioso há uns meses terem aumentado bastante o preço do azeite e a justificação era a pouca chuva que se tinha feito sentir mas afinal os olivais são de perder de vista e são constantemente regados. É como a electricidade e os combustíveis quanto mais barato é o preço de custo mais caro é vendido o produto final, e para aqueles que acham isso absurdo a comunicação social trata logo de os convencer do contrario.
    Combustíveis: desce o brent: ah e tal é preciso gastar o adquirido a um custo mais alto, há muitos custos de refinação, os preços só se reflectem após 3 semanas bla bla bla, é só desculpas. A ultima foi por causa das refinarias americanas que ficaram destruídas pelo furacão…ham? mas há uns meses Márcia Rodrigues dizia que a america compra combustiveis refinados a Portugal e até na noticia via-se o preço da gasolina numa bomba americana, salvo erro da esso, onde o galão (perto de 4 litros) era mais barato que 1 litro de cá e de gasolina simples.
    sobe o brent, 2 a 3 dias sobe logo nas bombas

    • muito bem dito…. já tinha reparado nisso faz tempo…mas pensava que era fruto da minha esquizofrenia paranoide crónica…. 😛
      ainda bem que plantar cannabis é ilegal… se não os espanhóis enchiam-nos o alentejo de erva, o que era muito mau para todos… 😛

  2. O problema nunca será solucionado, porque infelismente comem todos na mesma mesa, sempre foi assim mas se fosse a minha pessoa garantidamente estava na chana.

  3. E não houve uma alminha que denunciasse o caso antes de se concretizar a destruição? E agora, uma vez feita, não há ninguém que chame estes talibans à justiça?

  4. Não TE Vendas Alentejo:
    Às sacrossantas mãos conquistadoras te sujeitaste. Passaram séculos, anos, dias, horas e aqui chegaste. Manténs contigo o dom de resistir – sonho sarraceno? – mas fica atento. Estranhas forças miram teu porvir neste momento. Espadas, lanças, não há, como outrora. Há outras armas, as do dinheiro – o tal poder que agora oferece paz, estuprando a inocência de quem vive e de quem jaz neste teu raso chão de esperanças. Não te vendas, Alentejo! Não te deixes enganar. Mas se tiveres de mudar de dono mais uma vez, p’ra não te sujeitares ao abandono tão português, que seja a velha gente da moirama a dar-te a mão. Se a vizinhança te espreita para aqui fazer a cama, que durma ela no seu chão, na cama onde já se deita. Aqui não! Não te vendas, Alentejo! – Julho de 2005, in. Sérgio O. Sá, Onde Apanhei Estes Versos, Poemas no Alentejo

  5. Realmente e de um povo de parolos, tolos e e vigaristas. Foi o Bordalo Pinheiro que disse…
    E estes palhaços nossos políticos permitem … Uns pobres de espírito …
    Hitler dizia que Portugal era um país de preguiçosos em que metade do povo vendia lotaria e a outra metade compra…
    Pessoalmente não acredito neste pedačo de terra – é um país sem futuro!

  6. Mas de quem é a culpa afinal, deles ou das (autoridades) portuguesas? Vendelhões da pátria há pelos vistos muitos por aí disfarçados de patriotas!.

  7. Fazem isso porque eram vestigios romados, se fossem vestigios arabes eles conservavam!!!!

    Eles ja comecam a invadir Portugal….

  8. Caros, esta noticia obviamente induz em erro o publico. Se alguma coisa o estado portugues de culpa tem e actuar tarde. Quem e o ou os grandes responsaveis sao as companhias que sem qualquer autorizacao completo desmazelo e nao respeito avancam a faxem disto. Este Zap era de ser corrido com titulos escandalosos a por a culpa directamente no estado portugues. A ser o estado cabe cobrar ums pena enormissima a firma em questao e faxer dela exemplo. Obvio que o retorno do dinheiro vira tarde, e nisto quem perde e a nacao.

  9. A questão é que os olivais não são de espanhóis – o que realmente aqui se passa é que eles foram pioneiros e hoje todos adoptaram a mesma estratégia. Inclusivé, hoje já há muitas herdades adquiridas por portugueses a esses espanhóis…

  10. Mas nós comemos pedras? Não se construa nada de novo porque haverá sempre por baixo algo com milhares de anos!!! faz-me lembrar Foz Coa, pára-se a construção de uma barragem onde já se tinha investido muito e que iria trazer desenvolvimento à região por causa de uns rabiscos pré-históricos de “grande interesse cultural” e que iriam trazer montões de turistas para os ver! Viu-se no que deu! Aquilo está às moscas, salvo uns energúmenos que lá foram rabiscar mais umas parvoíces. Se f^ssemos preservar todos os locais arqueológicos existentes, nem Lisboa poderia ter novas construções. Os sites arqueoçógicos são importantes para compreendermos a história do país e do povo, não pelo facto de existirem sómente.
    Insisto, meia dúzia de pedregulhos não dão de comer a ninguém. A empresa pode ser espanhola ou até filipina, mas dá emprego a portugueses e certamente paga impostos em Portugal. O resto são nacionalismos bacocos. Alguém perguntou aos alentejanos se preferem ter empregos e comerem ou antes olhar para pedregulhos?

  11. Era capaz de ser uma solução no documento de compra dos terrenos em questão, SALVAGUADAR o que pudessem ser encontrados….Era capaz de não valer de nada , mas, haveria sempre uma esperança. Tudo acontece de mau neste pais, porque as Entidades competentes não tomam as medidas necessárias atempadamente, …Se existia a ponte e mais, e a CMde Bja sabedora da venda e dos artefactos existente teria mandado retirar para serem colocados num local mais seguro….ASSIM SE FAZIA TURISMO A SÉRIO….

  12. Moro do outro lado do oceano, no Brasil, mas questiono: Por que destruir um monumento histórico? Por que não conciliar e plantar as oliveiras sem destruir a historia de um lugar?

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