Empresa quer que as pessoas comam ossos de galinha (e encontrou uma forma de o fazer)

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Uma empresa finlandesa encontrou uma forma de incorporar ossos de galinha em produtos alimentares e quer normalizar o seu consumo.

Na altura em que está a ler isto, haverá cerca de 23 mil milhões de galinhas no mundo — mais uma, menos uma. Isto porque, se por um lado são a ave mais representada do planeta, são também a ave que mais morre. Mais de 66 mil milhões morrem todos os anos. A dimensão é tal que os seus ossos fossilizados podem deixar para trás um rasto maior do que o da existência humana.

Há 50 anos, as aves representavam cerca de 15% de toda a carne do mundo. Agora, essa fração aumentou para mais de 36%, detalha a Wired.

As galinhas transformaram-se em autênticas máquinas de carne, mantendo-se vivas em aviários por pouco mais de seis semanas. Ainda assim, uma empresa finlandesa propõe uma nova forma de conseguir aumentar ainda mais o aproveitamento.

A SuperGround descobriu uma forma de processar ossos de frango para que possam ser incorporados em produtos de frango, como nuggets ou almôndegas. A empresa está a realizar testes na cidade finlandesa de Kotka.

Pode parecer esquisito, mas aproveitar melhor a galinha reduz a pegada ambiental de cada quilo de carne e reduz os custos. É uma situação proveitosa tanto a nível financeiro como ambiental.

Mas como é que a SuperGround incorpora ossos num produto comestível, seguro e apelativo? Uma mistura de proteína vegetal e ossos de frango com um pouco de carne é submetida a um choque térmico e depois passa por uma extrusora para criar uma mistura de osso-vegetal-carne que pode ser misturada com carne de frango.

“O osso torna-se praticamente indistinguível de outros componentes sob um microscópio”, descreve o cofundador da empresa, Tuomas Koskinen.

O resultado final são nuggets e outros produtos de frango que podem incorporar entre 5 e 30 por cento da tal mistura osso-vegetal-carne.

Recentemente, a SuperGround levou o seu produto à IFFA, a maior feira comercial da indústria de carne, em Frankfurt. As pessoas que o provaram tiveram dificuldades em acreditar que continha ossos de galinha.

Koskinen terá agora que convencer os fabricantes de carne de que é mais lucrativo colocar os seus ossos de frango na alimentação humana do que desviá-los para ração animal. “Se mais valor económico for criado ao transformar ossos em alimentos comestíveis humanos, isso será feito”, diz Koskinen.

Daniel Costa, ZAP //

2 Comments

  1. Também a uns anos atrás tentaram aproveitar todos os restos de vaca para razões de animais e depois uns anos mais tarde houve uma “pandemia” chamada “vacas loucas”.
    Vamos ver se não teremos algo do tipo “frangos loucos”!

  2. SE os Nazis se tivessem lembrado disso, não existiriam provas do holocausto (e, sim, é um comentário tão infeliz quanto verdadeiro)

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