Emoção, golos, reacção e contra-reacção. O campeão caiu no Bessa

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José Coelho / lusa

Falsa partida para o campeão nacional. O Benfica foi ao Bessa perder por 3-2, num electrizante jogo de futebol que teve emoção, golos, reacção e contra-reacção.

Os “encarnados” começaram melhor, marcaram na primeira parte por Di María, Boženík empatou na segunda logo após Petar Musa ser expulso e Rafa Silva recolocou os forasteiros na frente.

Só que em cima dos 90 minutos, Bruno Lourenço empatou de penálti e, quando as “águias” estavam balanceadas no ataque, Boženík bisou e deu a Petit a primeira vitória de sempre sobre o emblema da Luz. Após muitos meses sem qualquer derrota em 2022/23, o Benfica arrancou a Liga com um desaire.

Vantagem “encarnada” numa primeira parte que foi tudo menos fácil para os campeões nacionais.

Os boavisteiros preencheram muito bem os espaços, em especial no meio-campo, e complicaram a habitual pressão benfiquista. Os homens da casa tiveram um pouco menos de bola, é certo, mas atacaram sempre que puderam, chegando ao intervalo com o mesmo número de remates das “águias” (3). A diferença esteve na eficácia.

O Benfica enquadrou dois dos seus disparos, um deu golo. Aos 22 minutos, Rafa Silva isolou-se em grande velocidade e, perante João Gonçalves, preferiu assistir Ángel Di María.

O criativo, completamente solto, só teve de empurrar para o fundo das redes. O argentino era o MVP ao intervalo, com um GoalPoint Rating de 7.3, com um golo, um passe de ruptura, sete passes progressivos e três intercepções, todas no meio-campo contrário.

Grande contrariedade para o Benfica no arranque do primeiro tempo. Petar Musa, titular esta segunda-feira, fez uma falta dura sobre Rodrigo Abascal e viu vermelho directo, aos 50 minutos.

Roger Schmidt decidiu tirar Di María (que saiu com cara de poucos amigos) e lançar Morato para segurar o resultado, mas logo a seguir, aos 55 minutos, sofreu o empate. Livre para o Boavista e Róbert Boženík finalizou após um ressalto.

Os lisboetas não se deixaram afectar e partiram para cima do Boavista, com Rafa Silva a acertar na barra aos 69 minutos.

Mesmo com dez os benfiquistas eram mais fortes e o 2-1 apareceu aos 75 minutos. Após um belo lance, João Gonçalves ainda travou os remates de Kökçü e João Neves, mas não conseguiu travar o cabeceamento de Rafa Silva.

Só que o jogo ainda tinha muito para dar. António Silva fez falta na grande área sobre Jériel De Santis e o árbitro assinalou penálti. Na conversão, Bruno Lourenço (90′) enganou Vlachodimos e empatou o jogo.

Apesar dos dez minutos de descontos de tempo, o Benfica já não foi a tempo de resgatar a vitória, apesar de uma “bomba” de David Neres à barra nos últimos instantes. Ao invés, foi o Boavista a consegui-lo, já aos 13 minutos da compensação, de novo por Boženík, isolado.

Melhor em Campo

Rafa merecia mais, após tudo o que fez no encontro. Primeiro assistiu Di María para o 1-0. Depois fez ele próprio o 2-1, quando a sua equipa estava reduzida a dez elementos.

Saiu aos 85 minutos e, coincidência ou não, o Boavista marcou os dois tentos que garantiram a vitória após a sua substituição.

O GoalPoint Rating de 7.5 reflecte ainda três remates, um à barra, nove passes progressivos recebidos e uma condução super progressiva.

Destaques do Boavista

Malheiro 6.5

Excelente jogo do lateral-direito boavisteiro, que trabalhou muito, somou 15 acções defensivas, com destaque para quatro desarmes e três intercepções.

Boženík 6.1

O homem do jogo. O eslovaco empatou o jogo e, bem dentro dos descontos, isolou-se e deu a vitória ao Boavista. Foi o mais rematador do jogo, com sete disparos, três deles enquadrados, registou o valor mais alto de acções com bola na área contrária (7) e recebeu 11 passes progressivos.

Chidozie 6.1

O central esteve impecável, terminando o jogo com cinco recuperações de posse e sete alívios.

Destaques do Benfica

Di María 7.1

Causou estranheza (até ao próprio) a saída de Di María do jogo, quando era uma das melhores unidades, aquando do vermelho a Musa. A verdade é que o Benfica melhorou e recolocou-se na frente, mas também é verdade que, no fim, saiu do encontro com uma derrota. O argentino fez um golo, somou cinco acções com bola na área contrária e fez três intercepções.

António Silva 6.9

Apesar de ter cometido grande penalidade perto do fim, a nota de António Silva é alta, uma vez que realizou um grande jogo. Além de ter falhado apenas dois de 52 passes, acumulou incríveis 20 acções defensivas, com destaque absoluto para oito desarmes e três bloqueios de remate. Ganhou 13 de 16 duelos individuais.

Bah 6.5

Dono de nove passes progressivos (máximo), o dinamarquês ganhou os três duelos aéreos defensivos em que participou, fez seis desarmes, três intercepções e somou o máximo de acções defensivas no meio-campo contrário (4).

João Neves 6.3

Pendular como sempre, acertou oito de nove passes longos, fez três desarmes e a nota não é mais alta porque falhou uma ocasião flagrante (no lance do 2-1).

Otamendi 6.2

Ainda lhe falta algum ritmo, que compensa com um excelente posicionamento. Otamendi acumulou seis alívios e subiu para ganhar três de quatro duelos aéreos ofensivos.

Kökçü 6.0

Não deslumbrou e não conseguiu imprimir intensidade ao futebol benfiquista. Porém, acumulou o máximo de passes para finalização (3).

Musa 3.4

Após o golo ao Porto, os olhos estavam sobre ele, mas no Bessa esteve desastrado, não fez um único remate e acabou expulso.

Resumo

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