Embriões sintéticos podem ajudar a engravidar (sem espermatozoides nem óvulos)

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Embriões de ratos criados numa placa de laboratório podem um dia ajudar famílias que pretendem engravidar, segundo um novo estudo.

Depois de dez anos de investigação, os cientistas criaram um embrião sintético que começou a formar órgãos sem espermatozoides nem óvulos,através de células estaminais, segundo um novo estudo, publicado na revista Nature a 25 de agosto.

As células estaminais são células não especializadas, que podem ser manipuladas para se tornarem células maduras com funções especiais.

“O nosso modelo de embrião de rato não só desenvolve um cérebro mas também um coração palpitante, todos os componentes que compõem o corpo“, explicou Magdalena Zernicka-Goetz, professora de desenvolvimento de mamíferos e biologia das células estaminais na Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

“É mesmo inacreditável que tenhamos chegado até aqui. Este tem sido o sonho da nossa comunidade há anos, e um grande foco do nosso trabalho durante uma década, e finalmente conseguimos fazê-lo”, acrescentou a docente.

O estudo é um avanço bastante importante na área e supera um desafio que os investigadores enfrentam ao estudar embriões de mamíferos no útero, de acordo com Marianne Bronner, professora de biologia no Instituto de Tecnologia da Califórnia em Pasadena (Caltech), nos Estados Unidos.

“Eles desenvolvem-se fora da mãe e, portanto, podem ser facilmente visualizados através das fases críticas de desenvolvimento que anteriormente eram de difícil acesso”, acrescentou Marianne Bronner.

O objetivo dos cientistas é passar de embriões de rato para modelos de gravidez humana natural, que costumam falhar nas fases iniciais, refere Zernicka-Goetz.

Ao observar os embriões num laboratório em vez de num útero, os investigadores foram capazes de observar melhor o processo, e analisar o porquê de algumas gravidezes falharem e como o evitar.

Por enquanto, os cientistas só conseguiram acompanhar cerca de oito dias de desenvolvimento nos embriões sintéticos, mas já conseguiram aprender bastante, segundo Gianluca Amadei, investigador pós-doutorando na Universidade de Cambridge e também autor do estudo.

“Isto revela os requisitos fundamentais que têm de ser cumpridos para fazer a estrutura certa do embrião com os seus órgãos”, sublinha Amadei.

Para já, a investigação não se aplica aos seres humanos e “é necessário um elevado grau de melhoramento para que isto seja verdadeiramente útil”, indica Benoit Bruneau, diretor do Instituto Gladstone de Doenças Cardiovasculares e investigador sénior do Gladstone Institutes, citado pela CNN Portugal.

Não obstante, os investigadores prevêem utilizações importantes desta descoberta para o futuro. O processo pode ser usado imediatamente para testar novos medicamentos, salienta Zernicka-Goetz.

A longo prazo, à medida que os cientistas passam de embriões sintéticos de rato para um modelo de embrião humano, também poderá ajudar a construir órgãos sintéticos para pessoas que necessitam de transplantes, acrescentou Zernicka-Goetz.

Este é o primeiro exemplo de trabalho deste tipo“, conclui David Glover, professor de biologia e engenharia biológica na Caltech e também autor do estudo.

ZAP //

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1 Comment

  1. O problema hoje em dia são as mulheres que nada trazem de benefíco e os homens ja não as querem senão para umas horas…que venham as robots e a criação artificial de humanos!

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