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Embrião raro revela que saurópodes tinham um chifre quando eram bebés

(dr) Kundrát et al., Current Biology, 2020

O embrião de titanossauro foi descoberto perfeitamente preservado dentro do seu ovo

Um embrião de dinossauro incrivelmente raro, descoberto perfeitamente preservado dentro do seu ovo, mostrou novos detalhes sobre o desenvolvimento e o aparecimento dos saurópodes, que viveram há 80 milhões de anos.

De acordo com o site EurekAlert!, a descoberta deste embrião intacto dentro do ovo mostrou, pela primeira vez, que os saurópodes tinham visão estereoscópica e um chifre no rosto, que depois desaparecia na idade adulta.

A equipa de cientistas responsável pelo estudo, publicado, a 27 de agosto, na revista científica Current Biology, afirmou que este é o crânio mais completo e articulado já conhecido de um titanossauro (o último grupo sobrevivente de saurópodes de pescoço longo e os maiores animais que já existiram na Terra).

“Fomos capazes de reconstruir o crânio embrionário antes da eclosão. Os embriões possuíam uma anatomia craniofacial especializada que precede a transformação pós-natal do crânio dos saurópodes adultos. Parte do crânio destes saurópodes embrionários era estendido num focinho ou chifre alongado, de modo que possuíam um rosto com um formato peculiar”, afirma John Nudds, paleontólogo da Universidade de Manchester, no Reino Unido.

Os investigadores acreditam que este chifre tenha sido usado como um ‘dente de ovo’ para permitir que os bebés partissem a casca em que se encontravam, embora seja apenas uma teoria.

Além disso, escreve o site Science Alert, as suas órbitas oculares estavam mais inclinadas para a frente do que as vistas em espécimes adultos, levando a equipa a concluir que “os titanossauros mais jovens podiam beneficiar de uma capacidade temporária de, pelo menos, uma visão binocular parcial que lhes daria uma perceção visual muito melhor” .

De acordo com este site, os primeiros vestígios de embriões de saurópodes foram encontrados em Auca Mahuevo, na província patagónica de Neuquén, na Argentina. Porém, este ovo fossilizado só chamou a atenção dos investigadores, recentemente, e nos Estados Unidos.

Pensa-se, portanto, que o ovo terá sido retirado desta zona da Patagónia, de forma ilegal, no passado, o que significa que não se sabe de onde será ao certo. Os restos mortais analisados já foram repatriados para o Museu Municipal Carmen Funes, na Argentina.

ZAP //

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