Em 2001, um casal casou-se no convés do Titanic

Nas últimas semanas, muitas pessoas ficaram surpreendidas ao saberem que visitar o Titanic é algo que as pessoas muito ricas fazem. Há, porém, quem tenha casado no convés do Titanic, em 2001.

Muitos naufrágios, como os navios militares que se afundaram em águas americanas, estão fora dos limites para exploradores, turistas e pessoas que procuram resgatar o espólio.

O Titanic, que se encontra em águas internacionais, está protegido pela UNESCO, bem como por um Tratado posterior entre os EUA e o Reino Unido, que visa preservar o naufrágio e impedir a pilhagem.

No entanto, as pessoas continuam a poder mergulhar até ao Titanic e podem obter autorizações para entrar no casco, se dispuserem dos recursos necessários para as levar até lá.

Apenas uma empresa — a RMS Titanic Inc. — está legalmente autorizada a recuperar objetos do naufrágio.

Entre os visitantes do navio, que se afundou em 1912, esteve um casal de Nova Iorque que se casou no convés do navio, num submarino.

De acordo com o artigo da BBC, de 2001, os noivos utilizaram um submersível para chegar ao local dos destroços do Titanic, que afundou em 1912. Nessa altura, o custo da visita aos destroços era de 36.000 dólares por pessoa.

David Leibowitz e Kimberley Miller fizeram a viagem de 4 quilómetros (2,4 milhas) sob o oceano para dar o nó no topo do Titanic em 2001, depois de ganharem um concurso da empresa de mergulho Subsea Explorer.

Casaram-se numa cerimónia realizada pelo Capitão Ron Warwick. Devido a limitações de espaço e preocupações de segurança, o casal permaneceu de joelhos durante a cerimónia, vestido com fatos ignífugos.

Na altura, o acontecimento causou muita controvérsia.

Brian Ticehurst, historiador do Titanic, considerou “um insulto a cada uma daquelas pessoas, o facto deste casal estragar o local ao casar-se”.

O noivo não gostou dos comentários e disse, na altura, “não vemos isto como um túmulo. Ainda assim, se nos casássemos numa igreja, teríamos de a tratar com reverência porque também estaríamos perto de um cemitério”.

A notícia voltou a ser partilhada no Reddit há uns dias. A publicação recebeu imensos comentários das pessoas. Enquanto alguns expressaram opiniões semelhantes às de 2001, outros deram apoio ao casal e acrescentaram que isso não é errado.

Na sequência da implosão do submersível OceanGate Titan, houve novos apelos dos descendentes dos passageiros do Titanic para que deixassem de visitar o local da sepultura.

“Sempre me senti desconfortável com a exploração do navio lá em baixo. Mais de mil pessoas morreram”, disse Brett Gladstone, cuja trisavó morreu durante o desastre, ao Inside Edition.

“O corpo da minha trisavó nunca foi encontrado, jaz no fundo”, continuou. “A sua alma e as almas de mil pessoas permanecem numa espécie de cemitério”.