Na passada sexta-feira, Ellen Degeneres, em entrevista ao Today na NBC, disse a Matt Lauer que não quer a presença de Donald Trump, presidente norte-americano, no seu programa.
Matt Lauer, anfitrião do programa The Today Show da NBC, entrevistou Ellen Degeneres no estúdio do programa Ellen. A entrevista foi para o ar no programa do jornalista.
Quando questionada sobre querer ou não o político no seu programa, Ellen Degeneres respondeu “não”, explicando também os motivos para isso. “Porque eu não vou mudar a mentalidade dele. Ele é contra tudo o que eu defendo. Nós precisamos de olhar para alguém que pense de forma diferente de nós e acredite em algo que nós não acreditamos e ainda assim, aceitar essa pessoa e deixá-la usufruir dos seus direitos.”
Ellen conta também que não conhece Trump muito bem. Diz que terá falado com o presidente apenas uma vez. Era este anfitrião do Celebrity Apprentice e ter-se-iam encontrado em Nova Iorque durante umas filmagens. Não voltou a ter contacto com ele desde que se candidatou a Presidente dos Estados Unidos da América.
É, claro, inevitável pensar na relação de Ellen com o antigo casal presidencial. Barack e Michelle Obama foram várias vezes convidados de Ellen. Sempre num ambiente de cumplicidade, tinham até o costume de entrar no programa a dançar.
Outros convidados políticos foram Hillary Clinton, durante a campanha contra Trump e até mesmo o próprio Bernie Sanders.
Ellen Degeneres fala sobre a homossexualidade
Na mesma entrevista, Matt Lauer começa por questionar Ellen quanto ao seu programa. A convidada mostra-se completamente realizada com o seu trabalho, dizendo que até nos dias mais difíceis se sente feliz com o que faz.
Segue-se a conversa e voltamos 20 anos atrás, quando a apresentadora se assumiu como homossexual. As perguntas de Lauer questionam a forma como Ellen terá lidado com toda a situação, que tipo de adversidades se lhe puseram e qual o feedback dos fãs.
Mantendo a boa disposição, Ellen retorquiu que foi o acontecimento mais importante da sua vida. Conta também que esteve três anos impossibilitada de seguir com a sua carreira por se ter assumido gay, tendo regressado ao terreno quando decidiu voltar a escrever comédia.
Numa época em que a homossexualidade era ainda extremamente repudiada, Ellen teve a coragem de publicamente se assumir como é. Inspirou centenas de jovens e adultos a terem força para fazer o mesmo. E abriu horizontes a pais que passaram a aceitar e incentivar os seus filhos.
“Aspetos negativos?“- pergunta-lhe Lauer. “As ameaças de morte”, diz de uma forma descontraída. Nada que não esteja já ultrapassado.
Mesmo antes do fim do seu mandato, Barack Obama homenageou 21 personalidades com a Medalha Presidencial da Liberdade. Esta é considerada a mais alta distinção civil dos EUA. Ellen Degeneres foi uma das pessoas a recebê-la, numa cerimónia que ficou marcada pela emoção.
“Nós precisamos de olhar para alguém que pense de forma diferente de nós e acredite em algo que nós não acreditamos e ainda assim, aceitar essa pessoa e deixá-la usufruir dos seus direitos.” – Então Ellen, não deveria fazer o mesmo?!Não deveria aceitar o Trump pelo que ele é, por diferenças à parte e convidar o homem? É o “faz o que eu digo, mas não faças o que eu faço”… Hipocrisia. Enfim.