Elixir da juventude? Químico de grainhas de uva fez com que ratos vivessem mais tempo

Um produto químico encontrado em grainhas de uva aumentou o tempo de vida de ratos em 9%. Também aumentou a sua aptidão física.

O elixir da juventude é um mito antigo que falava de uma poção destinada a eliminar a velhice e a decrepitude. Os alquimistas acreditavam que o elixir da juventude encontrava-se no ouro potável, mas a realidade é que pode vir de algo bem mais comum: grainhas de uva.

Um produto químico isolado do extrato de grainhas de uva prolongou a esperança de vida de ratos velhos em 9% ao limpar as suas células velhas e gastas.

O tratamento também parece deixar os ratos em boa forma física e reduzir o tamanho dos tumores quando usado com quimioterapia para tratar cancro, escreve a revista New Scientist.

Estes resultados vêm dar força a novos tratamentos anti-envelhecimento que se foquem nas células senescentes — que perdem a sua capacidade de se replicar e apenas causam inflamação.

A equipa de investigadores da Universidade da Academia Chinesa de Ciências, em Shangai, concentrou-se num produto químico encontrado em grainhas de uva, chamado procianidina C1 (PCC1).

Em elevadas concentrações, este produto químico mostrou conseguir matar as células senescentes, deixando vivas as mais células mais novas e saudáveis.

Para testar o seu potencial, os investigadores injetaram 171 ratos com 2 anos de idade — o equivalente a cerca de 70 anos em humanos — com PCC1 ou uma solução de controlo duas vezes por semana durante o resto da sua vida. Em média, o PCC1 aumentou a vida dos ratos em 9%.

Ratos com idade inferior a 2 anos também foram injetados com uma solução de controlo ou PCC1 a cada duas semanas durante quatro meses. O produto químico pareceu melhorar a sua aptidão física em testes de velocidade, força e resistência.

O tratamento de ratos com PCC1 e mitoxantrona — um medicamento usado no tratamento de vários cancros — reduziu os tumores em cerca de 75%, enquanto a quimioterapia por si só reduziu-os em 44%, em média.

Os resultados do estudo foram, esta semana, publicados na revista científica Nature Metabolism.

Daniel Costa, ZAP //

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