A eletricidade consegue controlar os nossos genes (e pode ser o fim das injeções de insulina)

A pesquisa mostrou que a tecnologia DART consegue regular os níveis de açúcar no sangue de ratos diabéticos recorrendo a estímulos elétricos que desencadeiam a produção de insulina no corpo.

Um novo estudo publicado na Nature Metabolism abre caminho para futuros dispositivos potencialmente capazes de melhorar diretamente a nossa saúde através de interfaces que recorrem à eletricidade para estimular os nossos genes.

Esta interface poderia estimular genes específicos quando necessário, indo além da capacidade atual dos dispositivos que apenas registam os dados de saúde. A tecnologia experimental usou pequenos impulsos elétricos para desencadear a produção de insulina em ratos, que receberam implantes de tecidos pancreáticos humanos criados especialmente para a experiência.

Os cientistas têm esperança de que isto possa ajudar os diabéticos ao estimular diretamente a produção de insulina. A tecnologia, conhecida como Tecnologia de Regulação Atuada por Corrente Direta, ou DART, faz a ponte entre a tecnologia digital e a tecnologia analógica dos nossos corpos e promove a produção de níveis não tóxicos de espécies reativas de oxigénio — moléculas energéticas que podem iniciar um processo que ativa as células projetadas para responder à mudança química.

Estas respostas têm o potencial de ajustar a regulação do ADN das células, particularmente as suas moléculas de “ligar/desligar” epigenéticas. A DART poderá dar-nos uma forma de reverter algumas alterações na expressão dos genes ao longo do tempo e devido a modificações no estilo de vida.

No estudo, a tecnologia conseguiu normalizar os níveis de açúcar no sangue de ratos diabéticos. Embora ainda haja um longo caminho a percorrer antes de um dispositivo como o Fitbit poder gerir a diabetes, o conceito comprovado é bastante promissor. O baixo consumo de energia da DART, capaz de funcionar durante cinco anos com três pilhas AA, também favorece a sua miniaturização.

Os investigadores estão otimistas de que esta tecnologia irá não só melhorar a produção de insulina, mas também programar intervenções metabólicas.

ZAP //

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