Porque outros factores acima dos números da economia – e a COVID-19 não é um tema que ficou no passado, para os eleitores da Lituânia.
Este domingo é dia de eleições na Lituânia. Mais precisamente a primeira volta das eleições legislativas.
Quem está no poder é Ingrida Šimonytė, que lidera um governo de coligação formado por cristãos-democratas, liberais e membros do Partido Liberdade.
Este Governo tem colocado a Lituânia num bom rumo económico: crescimento anual de dois dígitos e uma das taxas de inflação mais baixas da União Europeia.
Mas muitos eleitores não estão impressionados com isso e preferem uma mudança de rumo.
Prevê-se uma vitória do Partido Social Democrata – que já ganhou no ano passado, nas eleições autárquicas. Uma sondagem recente até coloca este partido com o dobro dos votos do partido da primeira-ministra (que se fica pelo 3.º lugar, segundo esta projecção).
Porquê?
Dois motivos estão na origem desta provável mudança: a COVID-19 e os imigrantes.
O Governo tomou posse há quatro anos, já com o mundo “fechado” por causa da pandemia. Visto como conservador, o Executivo é acusado de ter aplicado medidas demasiado rigorosas durante a COVID-19. Muitos habitantes locais alegam que o Governo não fez o suficiente para ajudar as empresas durante o confinamento; outros queixam-se de não terem tido acesso adequado aos serviços de saúde.
A primeira-ministra também tem sido criticada por um tema que chega a outros países: imigração. Têm chegado muitas pessoas da Bielorrússia – que podem estar a vir de África e do Médio-Oriente através de esquemas criminosos.
Por isso, há muitos eleitores desiludidos, descontentes. “Isso está relacionado com inúmeras crises e choques; e não pode ser compensado por factores económicos como melhorias no poder de compra”, explica na Associated Press a analista política Rima Urbonaitė.
O rumo político deve mudar, mas ainda não sabe muito bem como será o próximo Governo: nenhum partido deve conseguir mais do que 20% dos votos, num parlamento muito dividido.
O Partido Social Democrata, provável vencedor, já assegurou que não vai formar uma coligação pós-eleitoral com a ainda primeira-ministra Ingrida Šimonytė.
Por isso, espera-se que se junte a três ou quatro partidos mais pequenos, todos do centro-esquerda.
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