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Eleições de 2019 com plano europeu para travar perturbações nas redes sociais

Enric Fontcuberta / EPA

Em 2019, o objetivo central dos técnicos da “sala de situação” é proteger as infraestruturas de apoio ao processo eleitoral, nas europeias e as legislativas, ainda sem data marcada.

O cenário internacional tem sido marcado pela polémica do Facebook, associada com a empresa Cambridge Analytica, acusada de ter recuperado dados de milhões de utilizadores daquela rede social, sem o seu consentimento.

O objetivo era a elaboração de um programa informático destinado a influenciar o voto dos eleitores, nomeadamente nas últimas presidenciais norte-americanas, que ditaram a eleição de Donald Trump, e no referendo sobre o Brexit – processo de saída do Reino Unido da União Europeia.

Em Portugal, o número de utilizadores afetados poderá rondar os 63.080.

À Lusa, o coordenador do CNCS, professor universitário e um dos pioneiros da Internet em Portugal, afirmou que a resposta para evitar os efeitos deste tipo de casos é a informação e a capacitação dos cidadãos, porque “muitos problemas resultam da ingenuidade das pessoas”.

Pedro Veiga aconselhou as pessoas a estarem “mais atentas” sobre o que partilham nas redes sociais que pode pôr em causa a sua privacidade. Além disso, deixou o alerta de que, nas redes sociais, “muita informação é falsa e visa atividade criminosas, quer de desinformação quer para aliciar jovens com mentiras e fotografias falsas”.

É preciso os cidadãos “não fazerem erros básicos, de divulgar tudo nas redes sociais, e não acreditarem em tudo” o que leem, insistiu.

Durante a entrevista, Pedro Veiga admitiu que Portugal não está imune a este tipo de problemas de contrainformação nas redes sociais e explicou que, “por causa do histórico de perturbação de atos eleitorais, pretende-se que isso não aconteça na Europa”.

Assim, a Comissão Europeia está a dinamizar um conjunto de atividades para mitigar os problemas que possam existir, segundo o Jornal de Notícias.

“É uma nova dimensão de preocupação”, assume o responsável, embora distinguindo os casos de contrainformação dos problemas que, normalmente, são tratados no CNCS, enquanto centro nacional de resposta a incidentes de cibersegurança, durante as campanhas eleitorais, desde 2016, na “sala de situação”.

Os casos mais frequentes detetados pelos técnicos têm sido os de “defacing” de páginas de Internet (mudar a aparência dos sites de partidos ou candidatos), ou “ataques” que impedem o acesso de sites devido a “volumes de tráfego muito elevados”.

Em 2019, o objetivo da “sala de situação” será proteger as infraestruturas de apoio ao processo eleitoral em maio, tanto nas europeias como nas legislativas.

ZAP // Lusa

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