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Edifício de 2 andares com 2.500 anos em Badajoz surpreende arqueólogos

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Um grupo de arqueólogos descobriu em Badajoz, no Vale do Guadiana, um edifício com 2500 anos e dois andares, no qual foram identificadas técnicas e materiais que se pensavam terem sido usados muito mais tarde.

Os investigadores do Instituto de Arqueologia do Conselho Superior de Investigações Científicas da Estremadura trabalham nesta escavação desde 2015 e ficaram surpreendidos com a riqueza dos materiais encontrados e o extraordinário estado de conservação do edifício.

Os especialistas ainda só trabalharam 10% da área da escavação mas garantem que esta descoberta é “única” e “extraordinária”.

Todos os tipos de joias, pontas de lança, contentores, sementes e restos de tecido, grades ou enormes caldeirões de bronze encontrados trazem novas informações sobre a cultura daquela civilização – os tartessos.

Uma escada com dois metros e meio liga os dois andares do edifício, com cerca de um hectare, o maior alguma vez localizado naquela época (1000 a.c a 550 a.c.).

“A escada é um elemento arquitetónico único de uma coisa que não acreditávamos que pudessem executar nesta época. Há escadas no início da história da Península Ibérica, mas de tempos posteriores. Neste tempo as escadas tinham dois ou três degraus de pedra”, afirmou Esther Rodriguez ao jornal El País.

“Neste caso são, pelo menos, 10 degraus, com dois metros de comprimento, 40 centímetros de largura e 22 de altura. Os cinco primeiros estão cobertos por placas de ardósia e os inferiores são feitos de uma cantaria quadrangular com argamassa de granito esmagada e envolta em cal”, adiantou.

Nas escadas, foram ainda encontradas imagens de dois cavalos mortos, que representam luxo e a imagem de uma vaca, que terá sido consumida numa festa.

Santi Burgos

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“O mais surpreendente foi a profundidade da escadaria, dois metros e meio abaixo do solo, o que significa que estamos a aceder a um piso superior, o que o torna o primeiro edifício de dois andares descoberto até agora nesta época”, destacou Sebastian Celestino.

“Já se tinha especulado sobre a existência deste tipo de edifícios na época Tartéssica, mas nunca tinha sido encontrado nenhum”, conclui o arqueólogo.

A maioria dos edifícios daquela época localizados no Vale do Guadiana, foi demolida pelos seus próprios residentes, que preferiram destruí-los a vê-los ser saqueados pelos povos do norte, de etnia celta.

 

ZAP //

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