Grupo islamita propôs cessar-fogo em três fases, com libertação dos reféns raptados e retirada total das tropas israelitas de Gaza.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, rejeitou esta quarta-feira os termos “delirantes” do Hamas para um cessar-fogo e um acordo de libertação de reféns.
O grupo islamita Hamas tinha proposto um acordo de trégua em três fases, com uma duração de 45 dias cada.
Na primeira fase, os reféns “mulheres e crianças [menores de 19 anos, não militares], idosos e doentes, seriam libertados em troca de um número específico de prisioneiros palestinianos”. O grupo islamita também exigiu a retirada das forças aéreas israelitas das zonas povoadas da Faixa de Gaza, a entrada de mais ajuda humanitária e o início da reconstrução de hospitais e casas, juntamente com a criação de acampamentos temporários.
Por sua vez, segundo o texto, seriam estabelecidas “conversações indiretas” com Israel para acabar com a guerra e “regressar à paz completa”, uma exigência que até agora Israel sempre negou.
Numa segunda fase, todos os homens raptados seriam libertados em troca de um número ainda a ser determinado de prisioneiros palestinianos, bem como haveria a retirada completa do exército israelita do enclave palestiniano.
Na terceira fase, segundo o relatório, os corpos sem vida dos reféns, pelo menos 27, e de outros prisioneiros já mortos seriam trocados entre as partes.
Netanyahu rejeitou a ideia e prometeu prosseguir com a guerra de Israel contra o grupo islamita Hamas, agora no seu quinto mês, até alcançar a “vitória absoluta”, em declarações feitas após o seu encontro com o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, que está de viagem no Médio Oriente.
“Render-se às exigências delirantes do Hamas que ouvimos agora não só não levará à libertação dos reféns, mas apenas convidará a outro massacre“, disse Netanyahu numa conferência de imprensa.
“Estamos a caminho de uma vitória absoluta”, disse Netanyahu, acrescentando que a operação militar deverá durar apenas mais alguns meses, não anos. O chefe do Governo israelita voltou a descartar qualquer acordo que deixe o Hamas com o controlo total ou parcial de Gaza e assegurou que o seu país é a “única potência” capaz de garantir a segurança na região a longo prazo.
Blinken reconheceu que ainda há “muito trabalho” para ultrapassar as divergências entre Israel e o Hamas nos termos de qualquer acordo, mas mostrou-se confiante numa nova libertação de reféns.
// Lusa
Guerra no Médio Oriente
-
29 Outubro, 2024 Hezbollah tem novo líder. Quem é o xeque Naim Qassem?
-
25 Outubro, 2024 Guterres esteve com Putin. “É só paleio. Não foi nada tratar da paz”Também em: Guerra na Ucrânia