Duterte também ameaça abandonar Tribunal Penal Internacional

Mast Irham / EPA

O presidente das Filipinas, Rodrigo Roa Duterte

O presidente das Filipinas, Rodrigo Roa Duterte

O presidente filipino ameaçou esta quinta-feira imitar a Rússia e abandonar o Tribunal Penal Internacional, na sequência das críticas internacionais contra a sua violenta guerra contra a droga.

Na quarta-feira, Moscovo anunciou a intenção de retirar a assinatura do tratado fundador do Tribunal Penal Internacional, que acusou de não ser “verdadeiramente independente” e de não estar à altura das expetativas suscitadas.

“Talvez eles [russos] tenham julgado o TPI inútil, por isso se retiraram”, afirmou Rodrigo Duterte à imprensa, em Davao (sul), pouco antes da partida para o Peru, onde vai participar numa cimeira regional.

Talvez os imite. Porquê? Porque estes tiranos desavergonhados só atacam pequenos países como nós”, atirou.

Rodrigo Duterte venceu, em maio, por esmagadora maioria as presidenciais, com a promessa de matar milhares de criminosos e acabar com o tráfico de droga.

Desde que tomou posse, mais de 1.800 suspeitos foram abatidos pela polícia, e continuam por explicar os homicídios de 2.600 pessoas, de acordo com estatísticas oficiais.

Estes homicídios foram alvo de críticas dos Estados Unidos, grande aliado militar de Manila, e pela ONU.

Duterte reagiu com insultos ao presidente norte-americano, Barack Obama, e ao secretário-geral da ONU, mas convidou Ban Ki-moon a visitar o país para conhecer a campanha anticriminalidade, e garantiu que o governo nada tinha cometido ilegalidades.

No mês passado, a procuradora-geral do TPI, Fatou Bensouda, afirmou estar “profundamente preocupada” com aqueles homicídios, acrescentando que os responsáveis podiam vir a ser julgados.

Duterte denunciou estas ameaças e prometeu “arrastar na queda” quem o quiser prender, ao mesmo tempo que reiterou a ameaça de abandonar a ONU, que culpou de não ter conseguido impedir guerras que mataram “milhares de mulheres e crianças”.

“Se a China e a Rússia decidirem criar uma nova ordem, serei o primeiro a aderir”, afirmou.

/Lusa

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.