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Drone descobriu vestígios de uma “Guerra dos Tronos” com 1300 anos

(dr) Osaka University and Institute of History and Archaeology, Mongolian Academy of Science

Imagens de um drone captaram monumento com 1300 anos nas estepes da Mongólia.

Graças a imagens captadas com um drone, investigadores do Japão e da Mongólia descobriram um monumento construído com pilares de pedra, datado de há 1300 anos, que será um sinal de uma espécie de “Guerra dos Tronos” da vida real.

Estão em causa 14 pilares de pedra encontrados nas estepes da Mongólia que fazem parte de um monumento, que terá sido construído há 1300 anos, e que dá aos investigadores pistas para antigas batalhas de poder, tão violentas como as que se travam na série televisiva de sucesso “Guerra dos Tronos”.

Estes pilares, detectados por investigadores da Universidade de Osaka, no Japão, e do Instituto de História e Arqueologia da Academia de Ciências da Mongólia, com base em imagens de um drone, rodeavam os vestígios de um antigo sarcófago de pedra.

O monumento terá sido construído durante o chamado Segundo Império (ou Qaghanate) Turco, no Século VIII, salientam os investigadores num comunicado. Esta conclusão foi retirada com base em análises de radio-carbono a vestígios de carvão calcinado, de pele de carneiro e de osso de cavalo escavados do sarcófago.

Osaka University and Institute of History and Archaeology, Mongolian Academy of Science

Ilustração de um ritual em torno do monumento de 14 pilares, com 1300 anos, encontrado nas estepes da Mongólia.

As pedras incluem inscrições em turco e indicam que a pessoa enterrada, cujos vestígios não foram encontrados, se tornou a segunda individualidade mais importante num império que controlou grande parte da área que é, actualmente, a Mongólia e também partes do norte da China, antes de Gengis Khan ter conquistado o mundo.

Essa pessoa, cujo nome não foi ainda decifrado, tinha o título de “Yagbu”, algo como vice-rei, durante o reinado de Bilge Qaghan, ou Imperador Bilge (716-734). Este governante acabou por ser envenenado, segundo dados históricos.

O “Yagbu” terá sobrevivido ao Imperador Bilge, obtendo, durante o reinado do seu sucessor, Tengri Qaghan (734-741), o título de “Tölis-Shad” ou Realeza do Oriente. Seria “o comandante-chefe e o mais alto funcionário administrativo da Mongólia oriental”, referem os investigadores.

Bilge e Tengri reinaram durante o Segundo Império turco que ficou marcado por instabilidades políticas e assassinatos em disputas de poder. O próprio Imperador Bilge terá chegado ao poder após um golpe perpetrado pela sua família contra o anterior governante.

Depois de ter assumido o poder, na sequência do envenenamento de Bilge, Tengri terá também ele sido assassinado, uma morte que despoletou a queda do Segundo Império turco.

“Este monumento vai revelar as relações de poder dos governantes na área oriental do Império turco e dos seus territórios, bem como as suas relações políticas e militares com as tribos da Mongólia”, destacam os investigadores que continuam a analisar as inscrições.

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