Mario Draghi, o ex-presidente do Banco Central Europeu (BCE), avisou no domingo que a zona euro corre “algum risco de japonização”, numa intervenção por vídeo-conferência na conferência anual da American Economic Association (AEA) que se realizou em San Diego, na Califórnia, Estados Unidos (EUA).
Segundo noticiou o Expresso, Draghi frisou, porém, que não se trata de uma “conclusão inevitável” e que a “armadilha deflacionista” pode ser evitada se os governos da zona euro responderem com “uma política orçamental mais forte aproveitando os juros da dívida baixos” que a política de estímulos do BCE permitiu.
Draghi, que terminou o mandato à frente do BCE no final de outubro e foi substituído por Christine Lagarde a 01 de novembro, recordou que esse apelo aos governos da zona euro foi uma constante durante o período em que esteve em funções.
De acordo com o Expresso, a “japonização” é um termo que tem sido usado pelos economistas para traduzir o risco de uma economia desenvolvida entrar numa situação prolongada de estagnação ou de crescimento anémico, como tem acontecido com o Japão.
Na conferência da AEA, que decorreu entre 03 e 05 de janeiro, participou igualmente Janet Yellen, a anterior presidente da Reserva Federal, o banco central norte-americano, que salientou o facto de a economia dos EUA ter entrado numa situação “crónica” de “estagnação secular”.