/

Porto 2-1 Santa Clara | Dragão respira ao soar do “gongo”

Ao soar do gongo. Os adeptos do FC Porto já estariam a fazer contas à vida com um empate fora dos planos, na recepção a um Santa Clara que mais uma vez foi um osso duro de roer para as equipas que disputam o topo da Liga.

Os açorianos nunca entregaram completamente o domínio do jogo aos “dragões”, e muito menos o controlo das operações. Sofreram um golo e reagiram de imediato, mantendo os “azuis-e-brancos” longe da sua baliza. Mas no último minuto dos descontos, um lance de desequilíbrio de Jesús Corona e um belo cabeceamento de Toni Martínez deram a vitória ao campeão nacional, quando já poucos acreditavam. Tal como em Alvalade, ante o Sporting, o Santa Clara esteve a segundos de somar um ponto, mas acabou por perder perto do apito final.

O jogo explicado em números

  • Sérgio Conceição lançou Diogo Leite para o lugar de Chancel Mbemba, mas também Nanu para o lado direito da defesa, passando Wilson Manafá para o lado esquerdo. Luis Díaz foi titular, na vaga de Jesús Corona. Mexidas para poupar alguns jogadores, tendo em vista o compromisso com o Chelsea na próxima quarta-feira. João Afonso, Crysan, Ukra e Nené foram as novidades que Daniel Ramos lanço em relação ao empate caseiro com o Tondela.
  • Aos oito minutos, numa jogada de insistência, Carlos Júnior colocou a bola na baliza portista, mas o lance foi anulado por fora-de-jogo. Um susto grande para um “dragão” com domínio expresso em 62% de posse de bola, dois remates, ambos enquadrados, mas longe de controlar em absoluto o jogo. Os açorianos mostravam-se atrevidos, em especial nas bolas paradas.
  • O Porto continuou a crescer no jogo e a conseguir romper as linhas atrasadas do Santa Clara através de Luis Díaz e Moussa Marega, nas zonas entre os centrais e os laterais contrários, mas o último passe não estava a sair. Assim, os portistas registavam 63% de posse à meia-hora, cinco remates, três enquadrados, dez acções na área contrária e 83% de eficácia de passe, em contraste claro com os 63% dos visitantes, que só mesmo através de bola parada chegavam à área “azul-e-branca”.
  • O guarda-redes Marco Pereira era o melhor nesta fase, com um rating de 6.2. Muito atento entre os passes, defendeu os três remates enquadrados dos “dragões”, dois deles realizados já na sua grande área, e mantinha um posicionamento irrepreensível, inclusive a interceptar cruzamentos contrários.
  • Intervalo Curiosamente, da meia-hora até ao descanso, o Santa Clara cresceu no jogo e acabou por cima do Porto, sendo que os “dragões” chegaram a este momento com superioridade na posse, já não tão expressiva (59%), mas com os açorianos a registarem uma ocupação territorial muito interessante, de 45%. O Porto chegou aos cinco remates, três enquadrados, mas todos até à meia-hora, com os visitantes a conseguirem quatro, dois com boa direcção. E a diferença era também curta no número de acções com bola nas áreas contrárias. O melhor em campo ao intervalo era Otávio Monteiro, com um GoalPoint Rating de 6.7, fruto de três passes ofensivos valiosos, quatro acções com bola na área adversária, dois dribles completos e dois desarmes.
  • O jogo recomeçou da melhor forma para o Porto. Aos 47 minutos, o árbitro assinalou grande penalidade para os “dragões”, por falta de Marco sobre Mehdi Taremi. Sérgio Oliveira não desperdiçou e chegou aos 12 golos na Liga, ao primeiro remate no segundo tempo. As dificuldades começavam a desaparecer para os homens da casa.
  • A resposta do Santa Clara não tardou, e na mesma moeda, aos 55 minutos. Jogada confusa, a bola chegou a Lincoln que foi travado em falta por Diogo Leite. Penálti para os açorianos e Carlos Júnior não enjeitou a oportunidade para empatar, ao quinto remate dos forasteiros, terceiro enquadrado. E aos 59, Taremi teve nos pés o golo, mas falhou de forma incrível.
  • À hora de jogo o Porto já só tinha 56% de posse de bola, sete remates, quatro enquadrados, mas permitira cinco disparos aos açorianos, três com boa direcção. Acções com bola nas áreas contrárias também não estavam muito desequilibradas (17-13) e nesta fase os dois únicos cantos pertenciam aos açorianos.
  • Com necessidade imperiosa de marcar, o Porto partiu para o ataque e, aos 80 minutos, chegava aos 13 remates, cinco com boa direcção, e de novo a posse de bola de 60%, registando também cinco cantos, quando à hora de jogo ainda não tinha nenhum. Era hora de o Santa Clara defender o empate e o “dragão” tentar o resgate dos três pontos.
  • Já quando se esperava o empate, em pleno minuto 95, o Porto acabou por marcar. Excelente trabalho de Corona na esquerda, o centro e Toni Martínez, de cabeça, atirou para o 2-1 final, um golo fabricado por dois jogadores que saltaram do banco. E tal como em Alvalade, o Santa Clara perdeu, por 2-1, com golo nos descontos.

O melhor em campo GoalPoint

Vira o disco e toca o mesmo. Sérgio Oliveira tem sido talvez o mais importante jogador do Porto esta temporada, somando distinções de MVP umas atrás das outras. E voltou a fazê-lo, sendo o melhor em campo, com um GoalPoint Rating de 7.2. O médio fez um golo, de penálti, chegando aos 12 tentos na Liga esta temporada, foi o jogador mais rematador, com quatro disparos, três de fora da área, dois enquadrados, fez quatro passes ofensivos valiosos, completou as duas tentativas de drible e foi o jogador mais castigado em falta, seis vezes, duas em zona de perigo.

Manuel Fernando Araújo / Lusa

Jogadores em foco

  • Otávio Monteiro 6.6 – Mais um jogo competente do brasileiro, desta feita mais no campo ofensivo. Melhor jogador da primeira parte, somou seis passes ofensivos valiosos, 78 acções com bola, cinco acções com bola na área contrária, dois dribles completos em cinco tentativas e foi o segundo jogador mais castigado, com cinco faltas sofridas.
  • Fábio Vieira 6.6 – O jovem actuou um pouco menos de meia-hora, mas foi o suficiente para somar o número máximo de passes para finalização, nada menos que quatro, e ainda teve sucesso em três de cinco cruzamentos de bola corrida.
  • Wilson Manafá 6.5 – Mais um bom jogo do lateral. Além de três intercepções e dois desarmes, Manafá registou o número máximo de acções com bola (92), fez seis passes ofensivos valiosos e dois passes para finalização.
  • Lincoln 6.5 – Grande jogo da estrela da companhia entre os açorianos. O médio brasileiro somou dois passes para finalização, foi o visitante mais castigado (4) e foi sobre ele cometida a falta da grande penalidade que deu golo para o Santa Clara.
  • Matheus Uribe 6.4 – Mais uma vez discreto, mas fundamental nos equilíbrios. O colombiano criou uma ocasião flagrante, fez um passe de ruptura, quatro ofensivos valiosos, ganhou os dois duelos aéreos defensivos em que participou e também realizou seis recuperações de posse.
  • Jesús Corona 6.0 – A entrada do mexicano foi decisiva. Tecatito começou o jogo no banco, entrou para a última meia-hora e conseguiu o que mais nenhum portista havia almejado até então, criar desequilíbrios. Foi dele a assistência para o 2-1 final, terminando com 95% de eficácia de passe.

GoalPoint

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.