O ex-presidente dos Estados Unidos Donald Trump declarou-se esta terça-feira, no tribunal criminal de Manhattan, inocente de 34 acusações de falsificação de registos comerciais.
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou-se” inocente” depois de ser acusado de 34 crimes, incluindo falsificação de registos comerciais.
A alegação de inocência foi feita durante a breve sessão no tribunal nova-iorquino onde os procuradores revelaram a acusação do grande júri visando o ex-presidente e empresário.
À saída da sala de audiências, Trump não respondeu às perguntas dos jornalistas no local. Formalmente, o ex-presidente foi detido, depois de se ter entregado, mas não chegou a ser algemado.
Não foram ainda divulgados detalhes das acusações, que estão ligadas ao caso de um alegado pagamento de suborno a uma ex-atriz pornográfica, Stormy Daniels, que terá servido para comprar o seu silêncio sobre um caso extraconjugal, antes da campanha eleitoral das presidenciais de 2016.
A Justiça norte-americana suspeita que Donald Trump tenha pagado cerca de 120 mil euros a Stormy Daniels. Os pagamentos terão sido feitos através do ex-advogado de Trump, Michael Cohen, sob pretextos fraudulentos — e a lei prevê uma pena de até quatro anos de prisão.
“Ao declarar o montante como despesa legal, o então candidato republicano na corrida à Casa Branca poderá ter violado a lei eleitoral e falsificado os registos financeiros de um negócio, dado que o suposto pagamento encobriu outro crime”, explicou o professor de direito Daniel Richman, no jornal Expresso.
O uso incorreto de documentos oficiais também está em causa. Há vários relatos de que Trump rasgava regularmente ficheiros e que até chegou a entupir as sanitas na Casa Branca com os papéis.
A pena prevista é de três anos por cada ofensa e ainda uma proibição de voltar a ter cargos federais, o que poderia travar a recandidatura de Trump, mas há especialistas legais que contestam esta proibição, que pode ser considera inconstitucional.
A 18 de março, Trump antecipou que viria a ser detido e acusado pelo procurador de justiça de Nova Iorque, referindo-se a uma “fuga ilegal” de informação da Procuradoria de Manhattan segundo a qual “o principal candidato republicano e antigo presidente dos Estados Unidos vai ser detido na terça-feira da próxima semana”.
E na passada quinta-feira, Donald Trump entrou mesmo para a História como primeiro ex-presidente dos EUA acusado formalmente e indiciado pela prática de crimes.
“Isto é uma perseguição política sem precedentes. Uma interferência eleitoral e uma caça às bruxas. Os meus adversários políticos mentem, fazem batota e roubam para destruir o movimento Make America Great Again”, alega Donald Trump.
ZAP // Lusa