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Cientistas descobriram dois novos tipos de células cerebrais em ratos

(dr) University of Basel / Biozentrum

Novo tipo de célula glial (a verde)

Cientistas descobriram dois novos tipos de células gliais, um tipo de células do sistema nervoso central que dá suporte ao cérebro, em ratos.

De acordo com o site EurekAlert!, investigadores da Universidade de Basileia, na Suíça, estavam a investigar células estaminais na zona ventricular-subventricular no cérebro de camundongos adultos. Nessa região, muitas das células estaminais estão num estado de repouso, detetando sinais no ambiente que as estimulam a despertar e a transformar-se em novas células nervosas.

No seu estudo, publicado a 11 de junho na revista científica Science, os cientistas identificaram um sinal molecular que despertou as células estaminais desse estado, permitindo-lhes descobrir vários domínios que dão origem às células gliais neste reservatório de células estaminais.

“Encontrámos um interruptor para ativar células estaminais quiescentes. É um recetor que mantém as células estaminais no seu estado de repouso. Fomos capazes de desligar esse interruptor e, assim, ativar estas células”, explicou Fiona Doetsch, uma das autoras do estudo.

Além disso, os investigadores foram capazes de visualizar o desenvolvimento das células estaminais em diferentes células gliais em áreas específicas do nicho de células estaminais.

“Algumas das células estaminais não se desenvolveram em neurónios, mas em dois novos tipos de células gliais”, acrescenta.

Esta região do cérebro estudada é, portanto, um local de nascimento para diferentes tipos de células gliais, assim como tem o seu papel como um terreno fértil para os neurónios.

“O que foi muito inesperado foi que um tipo de célula glial foi encontrado preso à superfície da parede do ventrículo cerebral, em vez de no tecido cerebral”, disse ainda a investigadora.

Estas células são continuamente banhadas pelo líquido cefalorraquidiano e interagem com axónios de outras áreas do cérebro e, por isso, estão prontas para sentir e integrar vários sinais de longo alcance.

A equipa também descobriu que os dois novos tipos de células gliais foram ativados num modelo de desmielinização. Isso significa que podem ser uma fonte de células para reparar em doenças neurodegenerativas, como, por exemplo, esclerose múltipla.

Como próximo passo, Doetsch gostaria de rastrear especificamente estes novos tipos de células gliais, investigar os seus papéis no funcionamento normal do cérebro e como respondem em diferentes contextos fisiológicos.

ZAP //

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