Dois invictos no “Derby da Invicta”. Para uns é bem visto, para outros nem por isso

Danny Namaso

Quem é o invicto da Invicta? Hoje, foram os dois. O confronto entre Boavista e FC Porto terminou empatado. De um lado, dragões desagradados, que ficam a cinco pontos do primeiro lugar; de outro, panteras felizes, mas que não vencem para o campeonato desde setembro (há 11 jogos!).

Boavista e FC Porto empataram a uma bola na noite desta sexta-feira, no Estádio do Bessa Séc. XXI, em jogo a contar para a 16.ª jornada da I Liga.

O golo do FC Porto foi apontado por Toni Martínez, ao minuto 23. Cinco minutos depois, Bruno Lourenço fez o tento do Boavista.

Além da seca de golos, a segunda parte trouxe muitas paragens no jogo e confrontos que resultaram na expulsão de um jogador do Boavista.

Os azuis-e-brancos entraram para a partida a seis pontos da liderança, após a vitória do Sporting, por 5-1, frente ao Estoril, momentos antes.

Com este empate os dragões encurtam para apenas cinco pontos a distância para o líder Sporting; e amanhã podem ver o outro rival de Lisboa – o Benfica – a distanciar-se no segundo lugar.

Por sua vez, os axadrezados continuam sem vencer. A equipa, agora treinada por Jorge Couto, não ganha para o campeonato desde 18 de setembro – altura em que até era líder.

Faltou magia na primeira parte

Sérgio Conceição fez três mexidas na equipa, em relação ao jogo anterior. Entraram para Pepe (que regressou após ter cumprido o castigo pela suspensão pela expulsão no clássico frente ao Sporting), por Zé Pedro; Marko Gruijc, para render o castigado Alan Varela e ainda Toni Martínez, que substituiu Medhi Taremi que vai disputar a Taça Asiática pelo Irão.

Do lado dos axadrezados, Jorge Couto levou a jogo o defesa central Sasso (que não competia desde outubro devido a lesão) regressou ao 11 no lugar do ex-FCP Chidozie; ainda na defesa, o lateral esquerdo Filipe Ferreira substituiu Onyemaechi; no miolo, em relação ao último jogo, entraram Makouta e o capitão Seba Pérez e saíram Vukotic e o lesionado Salvador Agra.

O FC Porto entrou na partida preso de ideias e sem engenho para desconstruir o esquema defensivo boavisteiro – muito compacto.

Os dragões não conseguiam encontrar espaços nem “rasgar” pelo último terço, acusando a falta de um Galeno, Chico Conceição ou até Ivan Jaime – mais capazes de agitar e criar desequilíbrios para agitar as defesas contrárias.

Do outro lado, viu-se um Boavista a pôr muitas bolas nas costas da defesa do FCP, apanhando em contrapé a defesa portista que estava muito subida. Diogo Costa foi obrigado, por mais do que uma vez, a sair da área para aliviar bolas.

A primeira grande oportunidade surgiu da cabeça de Toni Martínez, ao minuto 16, mas João Gonçalves estava atento e defendeu.

Até ao minuto 23, o jogo condizia com a noite fria, mas Toni Martinez decidiu aquecer o Bessa com um golo quase em cima da linha.

Sem desmerecer o trabalho do avançado espanhol, a jogada que antecedeu o golo (com um passe de génio de Eustáquio a descobrir um espaço na área do Boavista) talvez merecesse um golo de calcanhar de Evanilson como se previa…

Mas assim também serve. Estava feito o 0-1 para o FC Porto.

Após o golo, os dragões desleixaram-se e o Boavista conseguiu instalar-se no meio-campo portista, controlando aí a posse.

Os axadrezados ganharam um livre perto da área. Na sequência do cruzamento feito por Tiago Morais, Bruno Lourenço cabeceou à vontade e restabeleceu a igualdade. 1-1 no marcador.

O Boavista continuava a esticar muito o jogo e o FC Porto, com João Mário muito subido e a não ser ágil nas descidas, voltava a ser apanhado com pouca gente atrás.

No final da primeira parte, um remate inesperado – “à Éder” – de Bozenik ainda obrigou Diogo Costa a esticar-se para uma grande defesa.

Paragens gelaram (ainda mais) a noite

Sem substituições ao intervalo, o início da segunda parte trouxe mais agitação, com o FC Porto a carregar muito mais.

Os azuis-e-brancos, mais perigosos, foram a única equipa a fazer pela vitória, nesta fase do jogo. O Boavista apenas ia espreitando o meio-campo adversário em contra-ataques, mas sem situações de perigo relevantes.

Ao minuto 60, os homens-golo saíram. Sérgio Conceição fez o que o jogo pedia há muito e lançou Galeno e Francisco Conceição – para os lugares de André Franco e Toni Martínez. Também o Boavista aproveitou para mexer. Jorge Couto tirou Bruno Lourenço e pôs em campo Luís dos Santos.

Os forasteiros iam tentando jogar perto da área do Boavista, mas também sem conseguir criar muito perigo.

Ao minuto 69 houve uma troca direta nos dragões: saiu Eustáquio e entrou Nico González – que não tem conseguido convencer Sérgio Conceição. No minuto seguinte, foi a vez de Jorge Couto mexer, ao tirar Miguel Reisinho e fazer entrar Ibrahima Camara.

O primeiro lance de grande perigo na segunda-parte saiu mesmo dos pés de Nico González, ao minuto 72, que com um belo remate em arco fez passar a bola a escassos milímetros do ângulo superior esquerdo da baliza axadrezada.

Ao minuto 78, o Boavista esgotou as substituições: saíram Filipe Ferreira, Seba Pérez e Tiago Morais; entraram Martim Tavares, Vukotic e Berna. Logo a seguir, Sérgio Conceição lançou Ivan Jáime e Namaso e fez sair João Mário e Gruijc, descendo Pepê para lateral direito.

Ao minuto 88, um dos lances mais polémicos do jogo: falta à entrada da área do Boavista, caos instalado e vermelho direto para Ibrahima Camara por alegada agressão.

Devido às paragens excessivas no jogo, o árbitro Manuel Pinho deu 11 minutos de compensação, onde o FC Porto continuou sempre a carregar.

Remates de Nico, Galeno, Pepe causaram perigo e fizeram tremer ainda mais os axadrezados que já de frio tremiam.

Quase no final, um erro de Pedro Malheiro ia saindo caro ao Boavista. O lateral direito – que tem sido associado ao Benfica – perdeu a bola junto à área, permitindo a Namaso fazer um remate pronto, que saiu a “rasar” o poste.

1-1 foi o resultado final. Na próxima jornada o FC Porto recebe o Sporting de Braga que, ainda nesta jornada, pode colar-se aos dragões na tabela classificativa. Por seu turno, no mesmo dia (14 de janeiro) o Boavista desloca-se ao Minho para defrontar o Vizela.

Resumo

Miguel Esteves, ZAP //

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.