Duas aeronaves russas aterraram no aeroporto de Caracas, este sábado, trazendo 100 soldados e 35 toneladas de armamento. As tropas chegaram sob supervisão do chefe do comando principal das forças terrestres russas, Vasilly Tonkoshkurov.
A chegada de ajuda russa surge como resultado de um fortalecimento das relações entre os dois países, que tem sido cozinhada nos últimos tempos. Há cerca de três meses, as duas nações realizaram exercícios militares em solo venezuelano. Os EUA não apoiaram esta intervenção, chamando-lhe de uma “invasão russa” à Venezuela.
Os aviões partiram do aeroporto militar russo Chkalovsky, fizeram uma paragem no caminho na Síria e depois prosseguiram para o aeroporto internacional Símon Bolívar, em Caracas. A aeronave que transportava os soldados era uma Ilyushin IL-62, enquanto que o avião de carga era um Antonov AN-124.
Segundo o jornalista venezuelano Javier Mayorca, o primeiro avião transportava Vasilly Tonkoshkurov e os restantes 99 soldados. Já o segundo avião carregava 35 toneladas de material.
De acordo com a agência Sputnik, os militares russos chegaram para “trocar consultoria”. “A Rússia e a Venezuela têm uma série de contratos que estão na etapa de concretização, inclusive os acordos sobre a cooperação técnico-militar“, disse uma fonte não citada da embaixada russa.
Quando questionados sobre o assunto, o Ministério da Informação da Venezuela não teceu comentários. O Ministério da Defesa da Rússia, o Ministério das Relações Externas e o porta-voz do Kremlin também não fizeram declarações.
O Governo de Trump aplicou sanções incapacitantes à indústria petrolífera da OPEP, nos esforços para tirar Maduro do poder e pediu aos líderes militares venezuelanos que o abandonem. Maduro denunciou as sanções como intervencionismo dos EUA e ganhou apoio diplomático da Rússia e da China, destaca a Reuters.
Na última quarta-feira, Maduro disse que a Rússia enviaria medicamentos “na próxima semana” para a Venezuela, sem descrever como chegariam, acrescentando que Moscovo tinha enviado, em fevereiro, 300 toneladas de ajuda humanitária.