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A “doença dos homens” já matou (desnecessariamente) mais de oito mil mulheres no Reino Unido

De acordo com um estudo britânico, um ataque cardíaco é, muitas vezes, ignorado e a procura por ajuda médica demora mais do que no caso dos homens.

Segundo o Relatório da Fundação Britânica do Coração, divulgado esta segunda-feira, as mulheres demoram mais a dar atenção aos sintomas de um ataque cardíaco, levam mais tempo até procurarem um médico e têm maior probabilidade de receber um diagnóstico errado. Por tudo isto, revela o documento, nos últimos dez anos, 8.200 morreram desnecessariamente no Reino Unido.

“Preconceitos inconscientes estão a diminuir a probabilidade de sobrevivência das mulheres”. Estereótipos como “o ataque cardíaco é doença de homem” deixam as mulheres menos conscientes do risco e menos alerta para os sintomas que podem surgir. Segundo o relatório, a dor no peito é, em ambos os géneros, o sinal mais comum e frequente.

As mulheres têm 50% mais probabilidades de receber um diagnóstico inicial errado. Tanto homens como mulheres que são inicialmente mal sinalizados têm um risco de morrer de 70%”, lê-se no documento.

O Expresso dá conta de que, há 60 anos, sete em cada dez pessoas morriam depois de sofrerem um ataque cardíaco. Agora, a realidade é diferente: sete em cada dez pessoas sobrevivem. Isto deve-se, sobretudo, a um grande desenvolvimento no acesso aos serviços de saúde e melhoria das técnicas médicas.

Sonya Babu-Narayan, médica e uma das responsáveis pela investigação, sublinha que “os ataques cardíacos nunca foram tão tratáveis como agora. Ainda assim, as mulheres morrem desnecessariamente porque isto é visto como uma doença masculina e, além disso, elas não recebem os mesmos tratamentos standart que os homens”.

Por ano, cerca de 35 mil mulheres dão entrada nos hospitais britânicos no seguimento de um ataque cardíaco, uma média de 98 por dia ou quatro por hora.

ZAP //

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