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Doença de Parkinson pode ter origem no estômago

SXC

A doença de Parkinson pode, afinal, ter origem no estômago. Um novo estudo sugere que o nervo vago (ou pneumogástrico), que liga o cérebro ao tracto gastrointestinal, possa transportar a doença de Parkinson do estômago para o cérebro. Quando o nervo é cortado precocemente, a ocorrência da doença pode ser reduzida para metade.

Os investigadores da Universidade de Aarhus, na Dinamarca, notam que muitos doentes de Parkinson, uma doença degenerativa que afeta os movimentos, também sofriam de sintomas gastrointestinais antes da doença lhes ser diagnosticada.

“Pacientes com a doença de Parkinson frequentemente têm prisão de ventre muitos anos antes de serem diagnosticados, o que pode ser um marcador precoce da ligação entre as patologias neurológica e gastrintestinal relacionada com o nervo vago”, afirma Elisabeth Svensson, autora principal do estudo.

De acordo com a investigadora, apesar de ainda não se saber exatamente como é que o Parkinson começa no sistema digestivo, trata-se do primeiro indício direto de que o nevo vago está envolvido no desenvolvimento da doença nos humanos.

Os resultados, publicados na Annals of Neurology, partiram da análise dos registos de quase 15 mil pacientes submetidos a vagotomias, que consiste no corte do nervo vago.

“Entre 1970 e 1995, aproximadamente, este procedimento era um método comum para tratar úlceras. Se, de facto, o Parkinson começar no estômago e se espalhar pelo nervo vago, estão estes pacientes que se submeteram a vagotomias estariam naturalmente protegidos contra a doença”, explica a investigadora.

Estes pacientes tinham metade da probabilidade de desenvolver Parkinson ao longo de um período de 20 anos. No entanto, os que tinham apenas uma pequena parte do nervo vago cortada não estavam protegidos.

Trata-se do primeiro grande estudo com humanos sobre a relação do nervo vago com a doença, seguindo-se a outros estudos com animais.

O estudo é um passo importante para compreender as causas da doença, contribuindo para que, no futuro, os especialistas possam identificar fatores de risco e prevenir a doença de Parkinson.

ZAP

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