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O pássaro Dodo de Alice no País das Maravilhas foi assassinado a sangue frio

Os Dodos foram extintos há mais de 300 anos, mas os cientistas abriram agora uma investigação depois de perceberem que um dos pássaros – o espécime que inspirou o autor Lewis Carroll – foi brutalmente assassinado.

Depois de recentemente terem digitalizado o famoso dodo para um scanner de micro-tomografia computorizada, os investigadores perceberam que as imagens mostram estranhas manchas no pescoço e parte de trás da cabeça do animal.

Uma investigação mais profunda revelou que essa marcas eram pequenas marcas de chumbo, o que significa que alguém alvejou o dodo por trás, matando o animal, anunciaram os investigadores.

O diretor do Museu de História Natural em Inglaterra, na Universidade de Oxford, Paul Smith, disse que esta descoberta se revelou uma completa surpresa para si.

Durante anos, os curadores pensaram que o espécime era o mesmo que foi trazido para Londres em 1638, quando o animal ainda estava vivo, explicou o diretor. O famoso dodo era um espetáculo de curiosidade e as pessoas podiam pagar para o ver e alimentar.

O que se pensava até agora era que o famoso dodo tinha morrido e os seus restos mortais tinham sido adquiridos por John Tradescant the Elder, cuja família providenciou a coleção fundadora para os museus da Universidade de Oxford.

Mas esse dodo, que despertava tantas atenções, nunca foi alvejado, pelo menos que se saiba, pelo que se levanta a questão: De onde veio o dodo em exposição em Oxford se não é o mesmo que protagonizava os espetáculos de curiosidade em Londres?

“Agora temos um mistério no que toca à origem do dodo”, disse Smith. Mas mistério maior que esse é “quem matou o dodo?

Os dodos, Raphus cuculatus, eram nativos das ilhas Maurícias, a este de Madagáscar, no Oceano Índico. Os europeus repararam pela primeira vez no animal quando exploradores holandeses o encontraram em 1598. Mas algumas décadas depois de os marinheiros esfomeados comerem a ave, e ratos, gatos, cães e os porcos comerem os seus ovos, os dodos foram dados como extintos na sua ilha nativa em 1662.

O dodo de Oxford é o único no mundo que ainda contém pele e tecidos moles com ADN extraível. Num estudo de 2002 publicado na Science, os investigadores examinaram o seu ADN e descobriram que o pássaro é, na verdade, um pombo gigante que não voa, cujo familiar mais próximo vivo é o pombo-de-nicobar.

Os investigadores decidiram estudar de novo o animal de forma a formularem uma ideia mais clara de como é que os dodos se alimentavam e o que é que comiam, explicou o diretor.

Curiosamente, os investigadores descobriram que o tiro principal não penetrou o fino esqueleto do dodo. No entanto, os tiros foram, ainda assim, a sua causa de morte.

“Este é um pássaro que não voa por isso, obviamente, alguém o apanhou por trás e alvejou-o na cabeça“, disse Mark Williams, que lidera o grupo de Tecnologias de avaliação de produto e metrologia, que está a estudar o dodo.

Agora que o caso foi reaberto, os investigadores planeiam analisar o tiro principal para descobrir onde foi extraído. “Neste momento, não sabemos exatamente onde é que o pássaro foi alvejado. Foi alvejado no Reino Unido? Ou, mais provável, foi alvejado nas Maurícias e transferido para o Reino Unido? Foi alvejado por comida? Não sabemos”, disse o investigador.

ZAP //

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