Documentos do FBI sugerem que, de facto, havia uma ligação entre o governo da Arábia Saudita e o atentado às Torres Gémeas, a 11 de setembro de 2001.
O presidente norte-americano, Joe Biden, ordenou no passado outono a divulgação pública das evidências do atentado às Torres Gémeas, no dia 11 de setembro de 2001. Como tal, começam a ser conhecidas novas evidências anteriormente secretas.
O relatório da comissão de investigação ao incidente concluiu que vários sauditas estiveram envolvidos no 11 de Setembro, incluindo 15 dos 19 sequestradores e Osama bin Laden. No entanto, não havia evidências de que o próprio governo saudita estivesse por trás dos ataques.
Agora, evidências recentemente divulgadas sugerem que Omar al-Bayoumi estava a ser pago pela inteligência saudita. Al-Bayoumi conheceu dois dos sequestradores do 11 de Setembro antes do ataque, assim como Anwar al-Awlaki, um imã com laços com a Al Qaeda.
Omar al-Bayoumi, um cidadão saudita encontrou-se com dois dos sequestradores em Los Angeles pouco depois de chegarem aos EUA. Al-Bayoumi ajudou-os mudarem-se para San Diego, onde ficou como fiador do apartamento arrendado, conta a Insider.
Em sua defesa, o saudita diz que conheceu os sequestradores por coincidência, uma alegação que a comissão pouco fez para contradizer.
“Não acredito que ele fosse um ‘agente do governo saudita’ a trabalhar para ajudar terroristas”, escreveu Philip Zelikow, diretor executivo da Comissão do 11 de Setembro, em 2007.
Contudo, os documentos recentemente divulgados pelos governos norte-americano e britânico mostram que Zelikow estava errado.
Um memorando do FBI, de 14 de junho de 2017, mostra que al-Bayoumi estava a receber uma avença mensal da inteligência saudita. Al-Bayoumi ficou encarregado de recolher informações “sobre pessoas de interesse da comunidade saudita” e passar a inteligência para o príncipe Bandar bin Sultan al-Saud, o então embaixador saudita.
Um segundo memorando do FBI mostra que uma fonte confidencial disse que havia uma “probabilidade de 50/50” de que al-Bayoumi tivesse conhecimento prévio dos ataques de 11 de setembro e “ajudou dois dos sequestradores enquanto residiam em San Diego”.
Já no ano passado, arquivos do FBI sugeriam que o encontro inicial entre Omar al-Bayoumi e os dois sequestradores tinha sido organizado por contactos no consulado saudita em Los Angeles.
Entre os pertences confiscados a al-Bayoumi, em 2001, havia um papel com um diagrama que representava um avião a descer em direção a um alvo no horizonte. Ao lado do diagrama está uma fórmula usada para calcular a distância até ao alvo.