Análises ao DNA do rei inglês Ricardo III surpreenderam os cientistas e estudiosos por trazer à tona indícios de infidelidade na família do monarca, que governou a Inglaterra no século XV.
Os investigadores que estudaram o material genético dos restos mortais de Ricardo III, encontrados num estacionamento em Leicester, em Inglaterra, dizem que a descoberta pode ter profundas implicações históricas.
Dependendo do ponto da árvore genealógica em que ocorreu, a infidelidade pode levantar dúvidas sobre o direito ao trono do próprio Ricardo e seus sucessores – que são os famosos monarcas da dinastia Tudor: Henrique V, Henrique VI, Henrique VIII e Elizabeth I.
Mas, segundo o estudo, publicado na revista científica Nature Communications, os cientistas não analisaram eventuais desdobramentos dessas descobertas até à família real que ocupa actualmente o trono britânico, já que não está claro se de facto houve quebra na linhagem da realeza.
Além disso, Kevin Schurer, pró-vice-reitor da Universidade de Leicester, recorda que a reivindicação do trono era baseada em mais do que o sangue real, mas também em casamentos arranjados entre nobres e vitórias em batalhas.
Segundo Schurer, a actual família real, que tem em parte uma linha de descendência Tudor, não tem que se preocupar.
“Não estamos de forma alguma a dizer que a rainha Elizabeth II não devia estar no trono”, assegurou Schurer.
Descoberta no estacionamento
Retratado por Shakespeare como um tirano corcunda, Ricardo III foi morto na Batalha de Bosworth, em 1485, mas os seus restos mortais tinham-se perdido com o tempo.
Até que em 2012 arqueólogos encontraram os seus restos, num estacionamento em Leicester, que antes acolhia a abadia onde o rei tinha sido enterrado.
Os cientistas conseguiram extrair material genético dos restos encontrados. A análise científica mostra que o DNA, do lado materno, é igual ao dos parentes vivos do rei.
Mas a informação genética do lado paterno não.
A partir de outros detalhes que permitiram aos cientistas confirmar que se trata do corpo de Ricardo III, concluíram que a infidelidade é a causa mais provável dessa discrepância.
“Quando juntamos todos os dados, há provas esmagadoras de que estes são os restos mortais de Ricardo III”, diz a investigadora Turi King, da Universidade de Leicester, responsável pelo estudo.
A infidelidade feminina na linhagem de Ricardo III pode ter ocorrido em qualquer ponto das numerosas gerações que separam o monarca do 5º duque de Beaufort (1744-1803), cujos descendentes vivos providenciaram amostras de DNA para serem comparados com os restos mortais do rei.
“Podemos ter solucionado esse quebra-cabeças histórico, mas com isso abrimos um quebra-cabeças novo“, diz Schurer à BBC.
ZAP / BBC
Mas é que não devia de estar mesmo. O verdadeiro Rei de Inglaterra vive em Portugal procurem o livro- O Grande Segredo da Coroa Britânica. Mas também em Portugal há um segredo prestes a ser revelado procurem em rei faz de conta.