Mais tempo juntos, maior probabilidade de divergências entre o casal. O Verão termina muitas relações.
Não foi só a pandemia: todos os anos, Verão após Verão, muitos casais passam muito tempo juntos.
Ou, alterando o parágrafo anterior: muitos casais passam demasiado tempo juntos.
Como o Verão é, habitualmente, a fase do ano em que as pessoas estão de férias, é também a fase do ano em que as pessoas passam mais tempo umas com as outras.
E isso aumenta a probabilidade de discussões entre casais. O Verão acaba com relações.
A psicóloga Catarina Lucas comenta que a divergência pode surgir porque um dos elementos do casal queria passar as férias num lado e o outro elemento queria viajar para outro lado; ou um quer levar a família toda, o outro não.
Outro motivo possível: dinheiro. Um acha que o outro é desleixado, que gasta demais; o outro acha que o primeiro é demasiado popuado.
“Um conflito habitual que, durante o Verão, poderá ser ainda mais despoletado, uma vez que cada indivíduo carrega conceitos de infância em relação ao dinheiro, o que poderá vir a desestabilizar o sossego da relação”, explica Catarina Lucas, em declarações enviadas ao ZAP.
A confiança também pode originar cenas feias. Surgem questões como “Quem te mandou mensagens? Quem comentou as tuas fotos nas redes sociais? Quem é aquele teu/tua amigo(a)?”.
São motivos que, apesar de começarem por ser fúteis, simples, originam cisões profundas e momentos difíceis de gerir, sobretudo quando não há acordo.
O essencial é não se deixarem levar pelos “pequenos arrufos por pequenas coisas”. São coisas pequenas mas que podem original afastamentos grandes.
Para evitar esse afastamento, convém lembrar o essencial: uma boa relação só terá futuro se implicar compreensão, aceitação e capacidade de perdoar por ambas as partes.
A comunicação é um elemento central, “pois por muito que se conheça o cônjuge, ainda há quem tenha medo de dizer ao outro o que sente e a consequência disto surge com as discussões frequentes sobre motivos que o/a companheiro(a) nem estava à espera”.
Discussão, ânimos exaltados, o respeito desaparece.
Apesar de formarem um casal, o espaço individual também deve entrar nesta equação: “É importante ressalvar que precisar de um espaço para si, para pensar e gerir as suas emoções numa relação, também faz parte e esta dica revela-se fundamental para que a falta de paciência entre o casal seja controlada”.
Em momento de discussão, mais do que tentar fazer valer um certo ponto de vista, o mais importante é ouvir com atenção a outra pessoa; compreender e nunca criticar ou “apontar o dedo”.
“Os desentendimentos devem ser resolvidos em equipa, através da procura conjunta de soluções, e não se tratar de averiguar quem tem razão e quem deixa de a ter, pois o orgulho, o ego e a agressividade só matam uma relação”, lembra a especialista em psicologia clínica.
“A adaptação é constante nas relações, mas as disputas, críticas e culpabilização nunca o poderão ser. Só a comunicação e um debate saudável é que poderão trazer benefícios para uma relação e voltar a manter a chama acesa”, reforçou Catarina Lucas.