Diretor dos serviços prisionais demite-se

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Filipe Amorim / Lusa

O diretor-geral dos serviços prisionais cessante, Rui Abrunhosa Gonçalves

O diretor-geral da Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP), Rui Abrunhosa Gonçalves, apresentou a demissão do cargo, que foi aceite pela ministra da Justiça, Rita Júdice.

A demissão de Rui Abrunhosa Gonçalves, diretor-geral dos serviços prisionais, surge na sequência da fuga de cinco reclusos da prisão de Vale de Judeus no sábado.

A demissão de Rui Abrunhosa Gonçalves foi avançada pela RTP.

Este domingo, numa conferência de imprensa do Sistema de Segurança Interna, à margem deste caso, o responsável disse que demitir-se estava fora de questão: “Não é a minha maneira de ser, nem de estar, assumir que à primeira contrariedade iria desistir”.

Apesar disso e depois de muita pressão política e apolítica, acabou por se demitir.

Rui Abrunhosa Gonçalves estava à frente da Direção-Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) desde agosto de 2022.

Foi nomeado pela ex-ministra da Justiça Catarina Sarmento e Castro durante a última governação socialista, sucedendo então no cargo ao magistrado do Ministério Público Rómulo Mateus, que liderou a instituição desde fevereiro de 2019.

Psicólogo de formação e académico com trabalho na área das prisões, dos reclusos e da reinserção social, Rui Abrunhosa Gonçalves é doutorado em Psicologia da Justiça pela Universidade do Minho, onde trabalhou até 2022 como professor associado com agregação.

Foi psicólogo forense da Unidade de Consulta em Psicologia da Justiça e Comunitária, onde se dedicou sobretudo à avaliação pericial e intervenção junto de ofensores violentos e perigosos.

Desenvolveu e coordenou investigações sobre o sistema prisional, a psicopatia, os ofensores conjugais e os ofensores sexuais e a psicologia forense.

Saída inevitável?

A saída da DGRSP ocorre na sequência da fuga de cinco reclusos, no sábado, do Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, em Alcoentre, no concelho de Azambuja, distrito de Lisboa.

A fuga foi registada pelos sistemas de videovigilância pelas 09h56, mas só foi detetada 40 minutos depois, quando os reclusos regressavam às suas celas.

Os evadidos são dois cidadãos portugueses, Fernando Ribeiro Ferreira e Fábio Fernandes Santos Loureiro, um cidadão da Geórgia, Shergili Farjiani, um da Argentina, Rodolf José Lohrmann, e um do Reino Unido, Mark Cameron Roscaleer, com idades entre os 33 e os 61 anos.

Foram condenados a penas entre os sete e os 25 anos de prisão, por vários crimes, entre os quais tráfico de droga, associação criminosa, roubo, sequestro e branqueamento de capitais.

A primeira intervenção pública da ministra da justiça, Rita Júdice, sobre este caso, vai ser feita apenas esta terça-feira, mais de três dias depois das fugas, numa conferência de imprensa no Ministério da Justiça, em Lisboa.

ZAP // Lusa

3 Comments

  1. A anedota principal é a Ministra, culpa… manda balelas para a guarda prisional como se estivesse a falar para o seu próprio desgoverno…
    Descuido… falta de empenho… distração… mas esta fulana tem espelho em casa?!
    Está 3 dias a refletir em branco… inconpetência é pouco para esta falta de respeito por quem votou para quem nos governasse… não para mudar de taxistas!!!
    Mais um voto pro Chega!!!

  2. Assim vai Portugal , com o vez a vez PSD-PS e vice- versa ! . Nestas ultimas duas dezenas de Anos , os Pilares fundamentais da Sociedade desmornaram-se ; e não foi preciso nenhum Terramoto Natural , a Corrupção quasi generalizada encaregou-se de destruir o essencial ! …..votem neles , pois precisam de se governarem !

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