O diretor artístico do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC), Patrick Dickie, apresentou esta terça-feira a sua demissão à ministra da Cultura.
“O diretor artístico do Teatro Nacional de São Carlos, Patrick Dickie, informou esta tarde S. Exa. a ministra da Cultura que, por razões pessoais, não tem condições para equacionar a continuidade naquelas funções”, refere o TNSC, em comunicado, citado pela Renascença.
O mandato de Patrick Dickie termina a 31 de agosto, “pelo que será efetivamente essa a data em que cessa o exercício das suas funções como diretor artístico”, adianta a nota.
Patrick Dickie sublinha que tem sido “uma honra desempenhar estas funções e trabalhar com todos os colaboradores do TNSC, em particular os extraordinários artistas da Orquestra Sinfónica Portuguesa e o Coro do Teatro Nacional de São Carlos”.
É a segunda demissão depois do presidente da Opart, organismo que gere o Teatro Nacional de São Carlos, a Companhia Nacional de Bailado e a Orquestra Sinfónica Portuguesa. Carlos Vargas demitiu-se na segunda-feira.
O Ministério da Cultura agendou para esta terça-feira uma reunião com o sindicato CENA-STE e com os trabalhadores, mesmo com entidade patronal ausente, “para encontrar soluções para vários problemas identificados” no Opart.
Em comunicado, a tutela referiu que a secretária de Estado da Cultura, Ângela Ferreira, propôs aos representantes sindicais uma nova reunião “com o objetivo de continuar os trabalhos em curso relativos ao Opart”.
Os trabalhadores do Organismo de Produção Artística (Opart) iniciaram, no passado dia 7, uma série de greves contra os recuos na negociação do novo regulamento interno de pessoal e os sucessivos adiamentos do compromisso que garantiria a equiparação de salários entre os técnicos de São Carlos e os da CNB – duas estruturas tuteladas pelo Opart, empresa pública na dependência do Ministério da Cultura.
Os técnicos da CNB, na categoria profissional mais baixa, ganham mais 180 euros do que os colegas, uma situação que se mantém desde setembro de 2017, quando ambas adotaram as 35 horas semanais.
No fim-de-semana, numa nota enviada à Lusa, o Ministério da Cultura explicou que “não pode aceitar” os aumentos salariais reivindicados para alguns trabalhadores, porque “seria uma injustiça para todos os restantes trabalhadores do Opart” e para “todos os trabalhadores do Estado”.
Neste processo negocial, e “nos próximos dias”, o Ministério da Cultura anunciará a constituição de um novo Conselho de Administração do Opart. Os trabalhadores reuniram-se em plenário na sexta-feira e decidiram manter a greve, tendo marcado novo plenário para esta quarta-feira, para “decidirem novas formas de luta”.