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Direita preocupada com “aumento brutal” do desemprego. Taxa real “é mais alta de certeza”

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Filipe Farinha / Lusa

A direita mostrou-se esta quinta-feira preocupada com os números do Instituto do Emprego e Formação Profissional (IEFP), que dão conta que o número de desempregados inscritos nos centros de emprego aumentou 37% em julho, em termos homólogos, e 0,2% face a junho.

De acordo com o IEFP, no final de julho, estavam registados nos serviços de emprego do continente e regiões autónomas 407.302 desempregados, número que representa 74,5% de um total de 546.846 pedidos de emprego.

O total de desempregados registados no país foi superior ao verificado no mesmo mês de 2019 (37%) e face ao mês anterior (0,2%).

O líder do PSD, Rui Rio, alertou que o número real do desemprego é “mais alto de certeza” do que o número. “Quanto é, não sabemos. A quantidade enorme de pessoas em lay off, quantas dessas vão passar para o mercado de trabalho e quantas vão para o desemprego?”, questionou o líder do PSD, citado pelo jornal Observador.

Isto não é uma defesa nem um ataque ao Governo, não sabemos mesmo. Por isso, a taxa de desemprego é uma incógnita”, disse, em declarações aos jornalistas.

E frisou: Só “daqui por algum tempo, daqui a dois ou três meses, podemos ter um número mais aproximado da realidade, que será sempre muito má (…) Não vale a pena estarmos excessivamente preocupados com o número ser um pouco mais alto ou um pouco menos alto. Vai ser seguramente alto, por isso temos de nos preparar”.

O presidente do CDS-PP, por sua vez, considerou esta quinta-feira que o “brutal aumento do desemprego” registado em julho não é surpresa, mas “não pode se relativizado”, e defendeu uma estratégia “oposta à que tem sido seguida” pelo Governo.

Numa nota enviada aos jornalistas esta quinta-feira, Francisco Rodrigues dos Santos afirma que “o brutal aumento do desemprego, apesar de não ser uma surpresa, não pode ser relativizado” e considera que “há uma grande diferença entre o país de Costa [António Costa, primeiro-ministro] e o país que encosta”.

“Mesmo sabendo que terá uma almofada financeira vinda da Europa, o Governo escolheu travar a recuperação da economia, quando todos esperávamos que soubesse acelerá-la, ao ter diminuído o nível de ajudas e por não ter ido mais longe nos apoios”, criticou o líder democrata-cristão, advogando “uma estratégia oposta à que tem sido seguida pelo Governo, assente no patriotismo económico”.

PS também manifesta precupação

O PS mostrou-se preocupado com os números do desemprego, apesar de serem “infelizmente expectáveis”, considerando ser necessário “continuar a definir medidas de promoção ativa de emprego” e salvaguardar os postos de trabalho existentes.

“Obviamente que os números que foram conhecidos hoje [quinta-feira] são números que preocupam o PS. São números que eram infelizmente expectáveis, quer no emprego quer no desemprego, face àquele momento que atravessamos”, afirmou, em declarações à agência Lusa, a deputada do PS Marina Gonçalves.

Não sendo “obviamente números simpáticos nem favoráveis”, uma vez que “são números efetivamente preocupantes”, a deputada socialista destacou ainda “duas situações que são de valorizar positivamente”.

” Por um lado, os sinais que temos de alguma desaceleração do desemprego face àquilo que são os dados dos meses anteriores — e não do período homólogo — e também alguma recuperação do dinamismo económico, que nos leva a crer que o caminho é efetivamente com medidas de apoio à economia, de apoio ao emprego”, enfatizou.

Para Marina Gonçalves, é preciso “continuar a definir medidas de promoção ativa de emprego” e salvaguardar os grupos nos quais se verifica mais a tendência de aumento do desemprego, como as mulheres, os mais jovens e os desempregados de longa duração.

ZAP // Lusa

4 Comments

  1. meterem uns velhos nos cargos principais sem ideias, sem criatividade… sempre mesmo concervarismo… quando desafio aparece como agora… pio calado, da geito, quem abrir ‘e logo afastado… ‘e por isso que portugal a muito anda brincar …. pais tem potencial, mas anda com certo negacao aos seus …

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