Um vídeo mostra que um funcionário da Embaixada da Coreia do Norte na Malásia e um gerente da companhia aérea norte-coreana Air Koryo encontraram-se com os suspeitos do assassínio de Kim Jong-nan momentos antes do crime.
A informação foi confirmada num vídeo exibido esta segunda-feira durante o julgamento das duas suspeitas, a indonésia Siti Aisyah e a vietnamita Doan Thi Huong, que dura há um mês. Os advogados de defesa dizem que as duas foram levadas a crer que estariam a pregar uma partida para um programa de televisão.
As duas mulheres e quatro homens de paradeiro ainda desconhecido são acusados do assassínio de Kim Jong-nan, meio-irmão do líder da Coreia do Norte.
Segundo a agência Reuters, três dos suspeitos do assassínio foram vistos com um funcionário da Embaixada da Coreia do Norte e com o gerente da Air Koryo, no terminal principal do aeroporto, uma hora antes do ataque.
O vídeo mostra o gerente da Air Koryo a auxiliar os suspeitos no balcão de check-in. O investigador da polícia Wan Aziz disse em tribunal que o gerente foi visto a marcar um voo para o quarto suspeito. Wan Aziz conseguiu identificar os homens como sendo os norte-coreanos Hong Song-hac, Ri Ji-hyon, Ri Jae-nam e O Jong-gil.
O investigador da polícia recolheu declarações da Embaixada e do funcionário da Air Koryo. “Disseram que estavam ali para ver cada cidadão norte-coreano que entrasse no voo para deixar o país”, disse em tribunal.
Wan Aziz disse ainda ter fornecido informação sobre um quinto suspeito identificado como Ri Ji-u, “suspeito de ter como nome verdadeiro James”, baseando-se em imagens e fotografias tiradas do telemóvel de Siti Aisyah.
A Coreia do Norte negou as acusações das autoridades sul-coreanas e americanas de que o regime de Kim Jong Un estava por trás do assassinato.
Kim Jong-nan, que vivia exilado em Macau, criticou o modelo de transição de poder no seu país, a sucessão dinástica. Segundo alguns deputados da Coreia do Sul, o seu irmão tinha já emitido uma ordem de execução contra ele.
A embaixada da Coreia do Norte ainda não comentou o caso. O homicídio – cometido com recurso a uma arma química banida, o gás VX, no aeroporto de Kuala Lumpur, no dia 13 de Fevereiro, afetou as relações entre a Malásia e a Coreia do Norte.
ZAP // Reuters