Dinossauro com cara de buldogue viveu “num dos lugares mais aterrorizantes do planeta”

Andrew McAfee / Carnegie Museum of Natural History

Retrato artístico do abelissauro descoberto.

Uma equipa de paleontólogos descobriu o fóssil de um novo dinossauro, que tinha um rosto com estranhos traços que se assemelham aos de um buldogue.

A cara achatada sentava-se no topo de um corpo enorme e braços minúsculos, como os de um T. rex.

Os primeiros indícios desta nova espécie foram encontrados, pela primeira vez, em 2016, altura em que os investigadores descobriram um osso de vértebra no Oásis de Bahariya, no deserto do Saara. Os peritos perceberam que se tratava de um abelissauro, um género de dinossauro que viveu durante o período Cretáceo.

“Examinei esqueletos de abelissauros da Patagónia a Madagáscar”, disse Patrick O’Connor, da Universidade de Ohio, ao Daily Mail. “O meu primeiro vislumbre deste espécime a partir de fotos de campo não deixou dúvidas sobre a sua identidade. Os ossos do pescoço dos abelissauros são tão distintos…”.

Este novo dinossauro, que ainda não foi batizado pelos cientistas, provavelmente não terá aterrorizado as restantes criaturas. A criatura era bípede, tinha dentes pequenos e “não estava no topo da sua cadeia alimentar”, dizem os autores da descoberta, “com 99% de certeza”.

Isto significa que nem o seu tamanho entre cinco e sete metros era suficiente para assustar os vizinho do Saara. Na altura, realça o All That’s Interesting, esta zona era habitada por dinossauros monstruosos como o carcarodontossauro, o bahariassauro e o espinossauro.

“Durante o Cretáceo Médio, o Oásis de Bahariya teria sido um dos lugares mais aterrorizantes do planeta”, disse o líder da investigação científica, Belal Salem, em declarações ao tabloide britânico.

“Como é que todos estes enormes predadores conseguiram coexistir permanece um mistério, embora provavelmente esteja relacionado com o facto de terem comido coisas diferentes, de se terem adaptado para caçar presas diferentes”, acrescentou.

O Oásis de Bahariya foi durante muitos anos um sítio de eleição para os paleontólogos, uma vez que guardava vários fósseis de dinossauros. No entanto, bombardeamentos durante a II Guerra Mundial destruíram uma grande parte deles.

Daniel Costa, ZAP //

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