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Fóssil de dinossauro bico de pato encontrado no continente “errado”

Restos fossilizados de um dinossauro herbívoro, comum a uma das duas grandes massas de terra, foram inesperadamente desenterrados em rochas pertencentes à outra, levando os paleontólogos a se perguntarem como o animal conseguiu dar esse salto.

Estava completamente fora do lugar, seria como encontrar um canguru na Escócia”, disse o paleontólogo Nicholas Longrich da Universidade de Bath, que conduziu o estudo sobre a recente descoberta publicado na Science Direct este mês.

O animal fora do lugar era, na verdade, um dinossauro bico de pato, conhecido como hadrossaurídeo. Há cerca de 66 milhões de anos, quando o período Cretáceo se aproximava do fim, os hadrossauros estavam entre os dinossauros herbívoros mais comuns.

Estavam muito presentes no super continente Laurásia – uma massa que mais tarde se dividiu para e se transformou nos atuais continentes da América do Norte, Europa e grande parte da Ásia.

Do outro lado do oceano, uma massa de terra separada conhecida como Gondwana era dominada por uma diversidade de saurópodes de pescoço longo e pesado. Os restos desses gigantes são comummente encontrados em lugares como África, Índia, Austrália e América do Sul.

Misturar os dois grupos de dinossauros parece bastante improvável devido às grandes extensões de água entre os continentes. Contudo, o mais novo membro da família hadrossaurídeo pode ser uma exceção.

Com base num pouco mais do que alguns pedaços de mandíbula e um punhado de dentes arrancados de uma mina de fosfato em Marrocos, a descoberta é uma evidência de que pelo menos um desses animais conseguiu ir mais longe do que se achava ser possível.

“Esses dinossauros evoluíram muito depois da deriva continental dividir os continentes, e não temos evidências de pontes terrestres. A geologia diz-nos que o atual continente africano estava isolada por oceanos. Nesse caso, a única maneira de chegar até lá seria através da água”.

A ideia não é tão rebuscada quanto pode parecer à primeira vista. Os hadrossauros sentiam-se em casa perto de ambientes aquáticos. Alguns mediam até 15 metros de comprimento, e tinham caudas grandes e pernas fortes, capazes de torná-los nadadores bastante competentes.

Porém, com um comprimento inferior a 3 metros, este hadrossauro pode ter tido um pouco mais de dificuldade em fazer uma maratona que poderia incluir nadar centenas de quilómetros, diz o LiveScience.

“Travessias oceânicas explicam como lémures e hipopótamos chegaram a Madagascar, ou como macacos e roedores atravessaram de África para a América do Sul”, diz Longrich, por isso este pequeno dinossauro também pode ser um desses exemplos.

Os cientistas apelidaram o hadrossauro de Ajnabia odysseus.

ZAP //

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