Pelo menos três crianças são assassinadas todos os dias no México, país que fechou o ano passado com o número mais elevado de homicídios das últimas duas décadas, lamentaram esta quinta-feira as autoridades do país.
“Temos assistido com tristeza e assombro à morte de crianças, de bebés, que acontecem não só quando são noticiados, mas todos os dias”, declarou o chefe do Sistema Nacional de Proteção Integral de Crianças e Adolescentes (SIPINNA) do México, Ricardo Bucio.
“Há pelo menos três homicídios de crianças neste país todos os dias e embora o índice tenha melhorado – em 2010 chegámos aos quatro homicídios diários -, isto não pode ser aceite”, acrescentou.
No mesmo dia, a organização não-governamental Save the Children lançou no país a campanha #SinNiñezNoHayFuturo (Sem crianças não há futuro), que pretende sensibilizar sobre o impacto que os altos níveis de violência têm na infância e na adolescência.
De acordo com a agência espanhola EFE, duas meninas foram assassinadas esta semana nos estados de Tamaulipas e Nuevo León.
Na segunda-feira, Aleida Estrella, de 7 anos, morreu na sequência de 20 facadas, uma delas no pescoço, na cidade de Altamira, no estado de Tamaulipas. Dois dias depois, Ana Lizbeth Polina Ramírez, de 8 anos, foi encontrada morta num terreno abandonado em Ciudad Benito Juárez, em Nuevo León.
De janeiro a novembro de 2017 foram cometidos 23.101 assassinatos no México, avançou no final do ano passado a agência France-Presse.
A criminalidade no país centro-americano começou a aumentar em 2006, quando o Governo liderado pelo ex-Presidente Filipe Calderon declarou guerra aos poderosos cartéis da droga no país.
O novo Presidente mexicano eleito, Andres Obrador, tem como um dos principais objetivos travar a violência no país.
ZAP // Lusa