Abria contas no banco em nome de outros: detido técnico do instituto de gestão financeira

Técnico terá usado credenciais de funcionários do IRN para abrir contas bancárias e contrair empréstimos em nome de outras pessoas.

Um técnico do Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça foi detido na terça-feira em Lisboa por suspeita de crimes de burla informática qualificada no âmbito de um inquérito dirigido pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal.

Numa nota, na página da Internet, o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) adianta que no âmbito da investigação foram realizadas na terça-feira buscas domiciliárias e não domiciliárias com o objetivo de recolher elementos de prova.

As buscas decorreram na residência e no local do trabalho do detido, um técnico informático, no Instituto de Gestão Financeira e Equipamentos da Justiça, I.P. (IGFEJ), em Lisboa.

De acordo com o DCIAP, a partir de meados do ano passado, o homem usou nomes de utilizadores e palavras-passe de funcionários do Instituto de Registos e Notariado (IRN) a que tinha acesso, para aceder ao sistema informático interno do Ciclo de Vida do Cartão de Cidadão e alterar o número de telemóvel associado a chaves móveis digitais de outros cidadãos.

O detido, sem conhecimento dos cidadãos, “utilizava as chaves móveis digitais para se autenticar eletronicamente junto de várias entidades públicas e privadas, abrir contas bancárias e contrair empréstimos financeiros, sempre em nome das vítimas, em seu prejuízo e das instituições mutuantes”.

“Obteve, assim, benefícios patrimoniais ainda não concretamente apurados”, é referido na nota.

Em causa estão factos suscetíveis de integrar a prática de crimes de abuso de poder, burla informática qualificada, falsidade informática e acesso ilegítimo.

O detido será apresentado ao juiz de Instrução Criminal para aplicação de medidas de coação.

Na nota, é ainda referido que o processo iniciou-se com denúncia apresentada pela Agência para a Modernização Administrativa, pelo IRN e pelo IGFEJ.

Neste inquérito, o Ministério Público é coadjuvado pela Polícia Judiciária.

// Lusa

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.