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Detido grupo de militares que queria depor Nicolás Maduro

Miguel Gutierrez / EPA

27 militares venezuelanos, que se manifestavam contra o Presidente Nicolás Maduro, foram esta segunda-feira detidos, confirmou o presidente da Assembleia Constituinte da Venezuela (AC), Diosdado Cabello.

O também vice-presidente do Partido Socialista Unido da Venezuela – PSUV, o partido do Governo -, adiantou que não houve réplicas da rebelião ocorrida na Guarda Nacional Bolivariana (GNB, polícia militar) e que durante as detenções não se registou nenhuma perda humana.

Cabello, considerado o segundo homem mais forte do chavismo, explicou ainda que todos os envolvidos foram detidos, mas que, no entanto, poderão ocorrer novas detenções proximamente, vincando que “os telefones celulares falam”. O responsável precisou que no momento da detenção um tenente envolvido estava a receber um telefonema do estrangeiro e que os revoltosos “foram enganados com promessas.

Um grupo de militares do batalhão de Petare (leste de Caracas) da GNB revelou-se esta segunda-feira, através de um vídeo, contra o Presidente venezuelano, tendo roubado armamento de uma das sedes daquele organismo, em Cotiza (centro), e apelado à população que se revoltasse contra o chefe de Estado.

Segundo um comunicado das Forças Armadas Venezuelanas (FAV), durante a detenção dos revoltosos, as autoridades recuperaram o armamento roubado.

“As FAV condenam categoricamente este tipo de atos, motivados por escuros interesses da extrema-direita e contrários às normas elementares da disciplina militar, à honra e às tradições da nossa Instituição”, adianta o comunicado.

Várias zonas de Caracas bloqueadas

Vários protestos contra o regime venezuelano decorreram na noite de segunda-feira em vários bairros de Caracas, onde os manifestantes bloquearam ruas e utilizaram tampas de tachos para se fazerem ouvir.

No Twitter, vários utilizadores divulgaram imagens de ruas em várias zonas de Caracas bloqueadas e com fogueiras a arder, num protesto contra a repressão das autoridades aos opositores do regime e contra o Presidente venezuelano, Nicolás Maduro.

No centro de Caracas, a escassos minutos do palácio presidencial de Miraflores, residentes de Los Mecedores de La Pastora protestaram durante várias horas, obrigando as autoridades a reforçar a presença da Guarda Nacional Bolivariana.

A imprensa local noticiou que, pelas 20:00 (00:00 em Lisboa), “aproximadamente 300” guardas estavam na entrada da autoestrada Cota Mil, nas proximidades de Los Mecedores de La Pastora, com equipamentos antimotim.

Também no Twitter, vários utilizadores denunciaram que funcionários da GNB, da Direção-Geral de Contrainteligência Militar (serviços secretos militares) e das Forças de Ação Especial tentaram entrar em várias casas para deter pessoas que protestaram contra o Governo venezuelano e em apoio a um grupo de militares que se pronunciou contra o regime e que terá roubado armas em Cotiza (centro-norte de Caracas).

Os manifestantes usaram tampas de tachos no centro de Caracas, na zona oeste da capital venezuelana, na estrada entre Caracas e El Junquito (sul), tal como na zona leste e centro-leste da cidade. Em alguns protestos, a população reclamou estar há mais de 45 dias sem serviço público de água.

ZAP // Lusa

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