Detidas mais 5 pessoas após ataque junto à antiga redação do Charlie Hebdo

Etienne Laurent / EPA

As autoridades antiterroristas de França detiveram mais cinco pessoas, com idades compreendidas entre os 24 e os 37 anos, na sequência da investigação ao ataque junto às antigas instalações do jornal satírico Charlie Hebdo.

Os cinco suspeitos, segundo fonte judicial citada pela agência France-Presse, foram detidos nos subúrbios de Paris, capital de França, por elementos da polícia de investigação a atividades terroristas, durante uma busca a uma das alegadas casas do principal suspeito do ataque, que já tinha sido detido.

Ao todo são agora sete os suspeitos de orquestrar o ataque, em que ficaram gravemente feridos dois jornalistas da produtora de documentários PLTV, perpetrado na rua Nicolas Appert, junto ao edifício que albergou a redação do Charlie Hebdo.

O suposto autor do ataque foi detido pouco tempo depois, na Praça da Bastilha, e, cerca de uma hora depois, um segundo suspeito foi detido no metro.

Os dois jornalistas feridos não correm perigo de vida, segundo o primeiro-ministro, Jean Castex, que se deslocou ao local.

A imprensa francesa noticiou que o principal suspeito é de origem paquistanesa e tem 18 anos, sendo conhecido das autoridades por pequenos delitos e posse ilegal de arma, e o segundo suspeito é de origem argelina e tem 33 anos.

A Procuradoria antiterrorismo de França assumiu a investigação ao ataque, abrindo um inquérito por “tentativa de homicídio relacionado com ato terrorista e organização terrorista criminosa”.

A decisão, explicou o procurador, baseou-se em três fatores: a localização do ataque, junto à antiga redação do jornal satírico, o momento, visto estar a decorrer em Paris o julgamento de cúmplices do ataque ao Charlie Hebdo, e a “vontade manifesta do autor de atentar contra a vida de duas pessoas”.

O ministro do Interior, Gérald Darmanin, afirmou que o ataque foi um “ato terrorista islâmico” contra França e contra os jornalistas.

O governante precisou que o atacante chegou a França há três anos, com estatuto de menor não acompanhado, mas não estaria identificado como um jovem radicalizado.

Em breves declarações à imprensa quando visitou o local, o primeiro-ministro francês afirmou a “firme determinação” do Governo de “lutar por todos os meios contra o terrorismo e “o seu compromisso inabalável” com a liberdade de imprensa.

Em janeiro de 2015, a antiga redação do Charlie Hebdo foi palco de um ataque jihadista que fez 12 mortos e cinco feridos graves. O jornal satírico mudou as suas instalações depois do ataque.

O julgamento dos presumíveis cúmplices desse e de outros ataques jihadistas em Paris está a decorrer, desde o início de setembro, na capital francesa, já que os irmãos Kouachi – que conseguiram entrar na redação – foram abatidos pela polícia alguns dias após o crime.

ZAP // Lusa

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