Detetadas 44 irregularidades em áreas covid no Hospital de São João

Estela Silva / Lusa

O hospital de campanha do IINEM é desmontado um ano e meio após os primeiros infetados com covid-19 terem dado entrada no Centro Hospitalar Universitário de São João

A Entidade Reguladora da Saúde (ERS) detetou 44 irregularidades nos procedimentos de prevenção, controlo e vigilância da covid-19 no Hospital de São João, no Porto.

De acordo com o jornal Público, mais de metade delas ainda se mantinham quando a inspeção foi dada como terminada, em julho.

Uma grande parte das irregularidades prende-se com as condições de ventilação e extração do ar nas áreas dedicadas a paciente infetados com covid-19. A administração do hospital portuense realça que estes problemas são difíceis ou até impossíveis de resolver, dado que o edifício tem mais de 60 anos.

“É inadmissível colocarem pacientes num serviço sem condições, com um ar deplorável e sem condições para respirar”, diz uma das queixosas, esposa de um paciente internado que terá sido infetado com covid-19 dentro do hospital.

“Pousarem os tabuleiros e ‘fugirem’ é protocolo hospitalar? Ouvirem uma campainha e aparecerem passado uma/duas horas também faz parte de um protocolo?! Ouvir o meu marido em desespero pelo abandono e pela falta de condições e dizerem que tenho que ter paciência é solução?”, lê-se na queixa apresentada em maio do ano passado.

As reclamações só chegaram aos ouvidos da ERS em setembro, levando a entidade a lançar uma ação de fiscalização ao Hospital de São João. Foi então que a Entidade Reguladora de Saúde identificou 44 situações de incumprimento das normas definidas pela Direção-Geral da Saúde para a pandemia de covid-19. Das 44 infrações, 25 ainda continuavam “em aberto” em julho, escreve o Público.

Houve ainda queixas relativas à inexistência de medidas de controlo do distanciamento físico entre utentes nas filas de acesso. Para solucionar isto, o hospital alterou os circuitos dos pacientes, criando entras próprias para determinados serviços ou enviando mensagens aos pacientes quando estes pudessem entrar no hospital.

Contactado pelo matutino, o Hospital de São João garante que “analisou com pormenor o relatório, encarando-o como uma oportunidade de melhoria, na defesa do interesse dos utentes e profissionais”.

ZAP //

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