Investigadores austríacos descobriram que a principal causa do desaparecimento das cidades maias foram os próprios reservatórios de água e sistemas de canais que construíram para assegurar a sua sobrevivência.
Uma investigadora da Universidade Técnica da Áustria, Linda Kuil, criou um modelo eletrónico de uma típica mega-cidade maia, semelhante à cidade de Tikal, com uma população entre 80 e 100 mil habitantes – e concluu que a água tinha uma enorme importância na vida dos maias.
“O abastecimento de água determina quanta comida está disponível, o que afeta o crescimento da população. Por outro lado, o aumento da população pode interferir com o ciclo natural da água através da falta de reservatórios”, explica a investigadora.
Os arqueólogos envolvidos no estudo, publicado no Water Resources Research, encontraram na própria cidade de Tikal um sistema complexo de reservatórios e sistemas de canais, que eram essenciais para os população da época.
Mas esses mesmos reservatórios podem ter levado ao desaparecimento das cidades maias, uma vez que tendiam a esconder défices na sua capacidade de abastecimento de água, à medida que a sua população continuava a aumentar – deixando-as mal preparadas para períodos de escassez de água.
As grandes cidades maias foram abandonadas no século IX, quando as mudanças de clima provocaram secas prolongadas – enquanto que as povoações mais pequenas, nomeadamente as situadas a norte do Iucatão, conseguiram sobreviver.
A civilização maia existiu durante vários milénios, tendo deixado numerosas ‘cidades mortas’ e monumentos culturais na península de Iucatão, no México, após o seu desaparecimento – e um legado científico notável no campo da astronomia.
BZR, ZAP / Sputnik
Ecos do futuro?