Descobertos os túmulos de dezenas de reis britânicos da Idade das Trevas

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John Garrick / Wikimedia

"A Morte do Rei Artur", pintura de John Garrick

“A Morte do Rei Artur”, pintura de John Garrick.

Um novo estudo identificou os prováveis locais de enterro de até 65 reis britânicos e membros da realeza da Idade das Trevas.

A descoberta constitui um marco na investigação arqueológica britânica, visto que, até agora, apenas tinha sido encontrado um enterro pós-romano de um monarca britânico indígena da Idade das Trevas. No entanto, arqueólogos já encontraram nove túmulos reais anglo-saxões no passado.

O artigo, publicado na revista Journal of the Royal Society of Antiquaries of Ireland, destaca 20 prováveis complexos funerários reais, cada um com até cinco sepulturas, que parecem datar dos séculos V e VI dC. Há ainda mais 11 complexos funerários em consideração pelos investigadores.

Durante esse período, após o colapso da Grã-Bretanha romana, o leste e o sul da Inglaterra foram divididos em dezenas de pequenos reinos governados por reis anglo-saxões de origem total ou parcialmente germânica.

No oeste e no norte, dinastias reais pós-romanas surgiram de origens dinásticas principalmente celtas nativas britânicas ou de origem irlandesa, explica a BBC.

Há muitos milhares de cemitérios celtas britânicos da Idade das Trevas, mas normalmente todos parecem muito semelhantes.

O autor principal do artigo, Ken Dark, descobriu que eram sepulturas reais por causa de um detalha incomum que mostra um estatuto mais alto do que outros cemitérios da Idade das Trevas. Estes estavam cercados por valas, que comprova que eram especiais.

Entre os enterros mais importantes estão os identificados em Caernarfon e Anglesey, no norte do País de Gales, e o mítico sítio arqueológico em Tintagel, local frequentemente associado à lenda do Rei Artur.

“Sabemos que o principal posto político nestas sociedades era a realeza, então se vemos alguns enterros destacando-se desta maneira, é possível que sejam os enterros de reis”, realçou Ken Dark, das universidades de Reading, em Inglaterra, e de Navarra, em Espanha.

Daniel Costa, ZAP //

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1 Comment

  1. Que disparate é este em seguir-se as visões dos anglo-saxónicos sobre a Idade Média? Idade das trevas, como? A Idade das trevas, a real refere-se ao fim da civilização micénica por volta de 1300 a.C! Neste caso, após o fim dessa civilização houve retrocesso civilizacional e, como tal, não temos muitos registos do ocorreu entretanto, até ao surgimento grego em todo o seu folgor. Como os britânicos têm poucos registos da sua História, sobretudo, a sua Alta Idade Média – fase a que o artigo se refere – resolveram erradamente apelidar esse período como “Idade das Trevas”! Ora, isso para todos outros europeus representa um anacronismo, visto que esse período da história foi extraordinariamente rico, mesmo que faltem alguns dados – mas sabe-se que os textos dos antigos eram estudados e faziam parte das bibliotecas, por exemplo. A Idade Média foi o período intelectualmente riquíssimo, que permitiu os adventos e progressos vividos na Idade Moderna com os Descobrimentos, as Artes, as Ciências em geral, na Arquitectura e a filosofia, etc. – recuperaram-se os clássicos e reinterpretam-nos em face de um Mundo novo que se descobria. Idade das Trevas, para um Historiador sério, como disse acima, apenas diz respeito ao período do fim da civilização micénica, nada tem a ver com a fulgurante Idade Média. Desculpem-me o reparo, mas farto-me de ver conceitos e ideias feitas em relação a uma ciência que respeito imenso.

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