Simone Biles ou Olga Korbut estão para nós, humanos, como os colêmbolos estão para os bichos da terra. Não há como eles a fazer “ginástica acrobática”.
Uma nova investigação, publicada esta quinta-feira na Integrative Organismal Biology, revelou que os colêmbolos giram mais depressa do que qualquer outro animal.
Câmaras de alta velocidade captaram com grande detalhe o salto destes pequenos artrópodes.
Pertencentes a um grupo relacionado com os insetos, estes bichos da terra têm apenas alguns milímetros de comprimento e são encontrados em quase todos os habitats da Terra.
Os colêmbolos saltaram até 80 centímetros, girando a uma incrível velocidade de até 368 rotações por segundo, ultrapassando todos os outros animais, até então, estudados.
Como detalha a New Scientist, o segredo performativo destes animais é um apêndice em forma de cauda – chamado furca – que se dobra por baixo do corpo para saltar rapidamente do chão.
Incrível técnica de defesa
Mas esta habilidade toda não é só por carolice. Os “mortais” dos colêmbolos são uma incrível técnica para que não levem um literal fim “mortal”.
Quando a furca se desdobra, catapulta os colêmbolos para o ar, permitindo-lhes escapar dos predadores.
O líder da investigação, Adrian Smith, da Universidade Estatal da Carolina do Norte, recolheu vários espécimes de Dicyrtomina minuta, de corpo redondo e cor de laranja e castanho, no seu quintal.
Juntamente com Jacob Harrison, do Instituto de Tecnologia da Geórgia, Adrian Smith filmou os saltos dos colêmbolos utilizando câmaras de alta velocidade.
Como é explicado pela New Scientist, para estimular os saltos, os investigadores expuseram os artrópodes a luz brilhante ou deram-lhes um leve empurrão com um pincel.
Os animais registaram duas formas de aterrar: uma queda descontrolada ou uma paragem ancorada, utilizando um órgão chamado colóforo, que se fixa ao solo.
“Trouxe-as para o laboratório e decidi filmá-las. Fiquei espantado com o que faziam Há tantas coisas que estão mesmo ali, dentro de nós, que são incríveis”, confessou Adrian Smith, à New Scientist.