Os povos Tartessos incendiaram os seus próprios templos e desapareceram misteriosamente — há mais de 2.500 anos. A descoberta revela que a civilização Tartessa tinha a sua própria cultura e era mais sofisticada do que pensávamos.
Uma escavação arqueológica em Badajoz pode reescrever tudo o que sabemos sobre a vida das populações da Península Ibérica antes do Império Romano.
A equipa de arqueólogos revelou as primeiras esculturas conhecidas de figuras humanas feitas pelos povos Tartessos, uma civilização perdida que floresceu no sul de Espanha há cerca de 3.000 anos e que tem sido associada ao mito da Atlântida.
A descoberta coloca em causa tudo o que sabíamos sobre a cultura dos tartessos.
De acordo com investigadores, estes cinco relevos de rostos humanos são provavelmente representações de deuses e guerreiros.
O estudo foi liderado por Esther Rodríguez González e Sebastián Celestino Pérez, investigadores do Instituto de Arqueologia do Conselho Nacional de Pesquisa da Espanha (CSIC).
A civilização Tartessa é geralmente considerada uma das mais antigas da Europa ocidental e viveu no sudoeste da Península Ibérica entre os séculos IX e V A.C.
Sabe-se pouco sobre a sua vida para além de que tinham o seu próprio sistema de escrita e não se conheciam quaisquer esculturas da sua autoria.
Até agora. A descoberta das cinco estátuas vem desafiar a ideia de que os tartessos não tinham uma cultura distinta e de que eram um povo pouco sofisticado.
A descoberta, no antigo local Tartessiano de Casas del Turuñuelo, revelou detalhes inesperados sobre esta sociedade da Idade do Bronze — que desapareceu misteriosamente há cerca de 2.500 anos.
Embora esses povos tenham produzido grande quantidade de artefactos de rara beleza, estes relevos são as primeiras representações humanas encontradas no local, acrescentando uma nova e surpreendente camada à nossa compreensão desta cultura vibrante, diz a Motherboard.
“O que é incomum nesta descoberta é que as representações correspondem a rostos humanos”, explica Erika López, porta-voz do CSIC, num comunicado divulgado esta semana no site da instituição.
“Isto acaba com o paradigma de que a cultura Tartessa era anicónica, ou seja, que não tinha uma representação figurativa ou antropomórfica. Isto diz muito sobre o nível de sofisticação de quem encomendou algo assim”, explica Sebastián Celestino ao El País.
As estátuas têm um tamanho quase real. O nível de detalhe também impressionou os cientistas, não ficando a dever nada aos bustos produzidos na mesma altura por outras culturas do outro lado do Mediterrâneo, como na Grécia.
Estes rostos datam do século V a.C., — a fase final desta civilização, que encantou estudiosos antigos e modernos.
Dois dos relevos mais bem preservados parecem retratar mulheres que, de acordo com a equipa de investigadores, podem ter sido deusas no panteão Tartessiano, e desvendam um mistério sobre objectos descobertos anteriormente na região, que se sabe agora que são brincos.
Uma das esculturas também mostra um guerreiro com uma trança, um símbolo da transição para a vida adulta que é frequentemente encontrado nas pesquisas arqueológicas na Península Ibérica. Os investigadores acreditam que a colecção de estátuas conta a história de um jovem guerreiro e das duas deusas com brincos que o protegiam.
O par restante de relevos está mais mal preservado, mas também eles podem ser divindades que vigiavam o guerreiro como parte de uma cena esculpida maior.
As esculturas foram encontradas durante uma escavação ao sítio das Casas de Turuñuelo, um enorme edifício de dois andares com mais de 2500 anos, único no Mediterrâneo Ocidental, e que se suspeita que terá sido um importante centro político ou económico. Os bustos foram encontrados todos na mesma sala.
O antigo templo de adobe estava cheio de ossos de animais que foram mortos, comidos e depositados num poço durante um sacrifício em massa.
Por alguma razão desconhecida, o local foi intencionalmente selado e queimado como parte de um ritual que parece ter sido comum entre os Tartessos, já que os locais Tartessos próximos de Cancho Roano e La Mata também foram incendiados de forma semelhante.
Os artefatos enterrados nos destroços desses edifícios oferecem uma visão dessa cultura antiga, que era conhecida pela sua língua escrita única e pela beleza da sua arte em metal.
Os Tartessos provavelmente descendiam de grupos paleo-hispânicos e fenícios no Mediterrâneo Ocidental e ficaram famosos pelos seus artefatos complexos, feitos de ouro, prata, bronze, cobre, estanho e outros metais extraídos da região.
Embora os Tartessos tenham prosperado no sul da Península Ibérica durante vários séculos, esta cultura rica parece ter desaparecido pouco tempo depois de Casas del Turuñuelo ter sido destruída.
Alguns especialistas especulam que o colapso do comércio de mineração e metalurgia terá infligido um golpe económico fatal aos Tartessos.
Outros investigadores sugeriram que terramotos e tsunamis terão causado inundações generalizadas e danos aos assentamentos Tartessos — dos quais a civilização nunca se recuperou.
Esta hipótese explica por que alguns investigadores sugerem que os Tartessos podem ser a origem da lenda da Atlântida — teoria que outros académicos consideram alegações de “fantasiosas” e “loucura completa”.
Acabo de dejar un mensaje para que el profesor Sebastián Celestino Pérez del CSIC considere mi libro
inspirado en un autor inglés como elemento de información sobre la cultura tartésica y su conexión con personajes como Cham, Cush y Nimrod, permitiendo enriquecer y complementar los muy sustanciales hallazgos arqueológicos que ya han obtenido los arqueólogos españoles.
Parabéns pela divulgação de descobertas de grande interesse