Descoberto um novo gatinho com 15 milhões de anos em Madrid

Jesús Gamarra/X

Ilustração do Magerifelis peignei, o “primeiro gato madrileno”

Pequeno gato conseguia ronronar, mas não rugir. Mas não se deixe enganar: tinha uma forte mordida que lhe permitia caçar e matar presas maiores em comparação com felinos contemporâneos (e outra característica única).

Um novo género e espécie de felino pré-histórico foi descoberto em Espanha às mãos de uma equipa de paleontólogos do Museo Nacional de Ciencias Naturales-CSIC.

A descoberta foi feita a partir de uma mandíbula parcial bem preservada e encontrada na área urbana de Madrid. Os investigadores estimam que o fóssil tenha 15,5 milhões de anos e recue à época do Miocénico Médio. Pertencerá à família Felinae, conhecida pelos pequenos gatos que conseguem ronronar, mas não rugir.

A nova espécie, denominada Magerifelis peignei, está intimamente relacionada com várias espécies de felinos modernos e antigos, incluindo o pequeno gato-do-deserto (Felis margarita) e o famoso lince-ibérico (Lynx pardinus).

Excecionalmente bem preservada, a mandíbula descoberta no novo local de fósseis Príncipe Pío-2 tinha quase todos os dentes, exceto os incisivos. O “gatinho” tem uma característica única: um pequeno segundo molar inferior, um dente ausente em todos os outros felídeos vivos e fósseis conhecidos, à exceção do Proailurus.

Com uma massa corporal estimada em 7,61 kg, o Magerifelis peignei está dentro do intervalo de tamanho de indivíduos femininos de espécies como o lince-pardo (Lynx rufus). A sua mandíbula é maior do que a de um gato-selvagem (Felis silvestris) e comparável em tamanho ao caracal e ao serval (Leptailurus serval).

Apesar dos tamanhos semelhantes das mandíbulas, a dentição desta nova espécie é menor, conferindo-lhe uma aparência robusta com um corpo mandibular relativamente maior, semelhante ao do maior lince-euroasiático (Lynx lynx).

Possuía uma forte mordida que lhe permitia caçar e matar presas maiores em comparação com felinos contemporâneos de tamanho semelhante, sugerem os investigadores em estudo publicado no Journal of Vertebrate Paleontology a 9 de janeiro.

“O felino de Príncipe Pío-2 poderia ter caçado presas relativamente maiores do que as de felinos extintos de tamanho semelhante”, disseram os investigadores, citados pela Science News.

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