O queijo mais antigo do mundo foi encontrado numa sepultura egípcia com 3.2 mil anos de idade. Cientistas descobriram que o produto estava contaminado com uma bactéria que pode causar uma doença mortal.
Um grupo de investigadores descobriu no túmulo egípcio de Ptahmes, que tem cerca de 3200 anos, o que acreditam ser o queijo sólido mais antigo já encontrado, de acordo com o estudo publicado no passado dia 25 de julho na revista Analytical Chemistry.
O túmulo de Ptahmes, governante da antiga capital do Egito – Mênfis, no século XIII a.C – , foi descoberta pela primeira vez em 1885 perto da necrópole de Saqqara (também conhecida por Sacará) no norte do país, e redescoberta em 2010.
Anos depois, os arqueólogos encontraram vários jarros partidos no interior da sepultura, um dos quais continha uma massa esbranquiçada solidificada, bem como um pedaço de pano que supostamente servia para cobrir o recipiente ou preservar seu conteúdo.
Enrico Greco, químico da Universidade de Catania, na Itália, juntamente com os seus colegas, decidiu analisar a substância para determinar sua origem.
Para isso, os investigadores dissolveram a amostra, purificaram os seus componentes proteicos, estudando-os depois através da cromatografia líquida e da espectrometria de massa. Os peptídeos – biomoléculas pela formação de aminoácidos – detetados mostraram que a amostra pertencia a um produto lácteo composto com leite de vaca e leite de ovelha ou de cabra.
“O material analisado neste estudo é provavelmente o mais antigo resíduo de queijo sólido arqueológico encontrado até hoje”, afirmou Greco.
Apesar de ter vivenciado séculos de exposição às condições severas do deserto, o composto lácteo encontrado conseguiu conservar o suficiente da sua composição química original, permitindo assim que os investigadores estudassem a sua origem.
Mas as descobertas não ficaram por aqui: foram encontrados na amostra outros peptídeos que revelaram que o produto estava contaminado com a bactéria Brucella melitensis, que causa brucelose — uma doença fatal que se espalha dos animais para as pessoas, geralmente através de produtos lácteos não pasteurizados.
A confirmar-se as conclusões do novo estudo, a substância encontrada pode representar a mais antiga evidência molecular da doença.
ZAP // SputnikNews / HypeScience