Descoberto fóssil de um gigantesco pterossauro do Jurássico

Hamzah Imran/ University of Portsmouth

Um fóssil de um réptil voador do período Jurássico, com uma envergadura estimada em mais de três metros, foi encontrado num poço de cascalho. O fóssil inclui parte do osso da asa do pterossauro, que estava partido em três pedaços, mas ainda bastante preservado.

Num novo estudo, publicado recentemente no Proceedings of the Geologists’ Association, os cientistas digitalizaram topograficamente o fóssil e identificaram-no como pertencendo a um grupo de pterossauros conhecido pelas suas asas longas e delgadas, pelas enormes mandíbulas e pelos dentes de cerdas finas.

“Quando o osso foi encontrado, era certamente notável pelo seu tamanho. Efetuámos uma análise numérica e chegámos a uma envergadura máxima de 3,75 metros“, afirma o principal autor do estudo David Martill.

“Embora isto fosse pequeno para um pterossauro do Cretáceo, é absolutamente enorme para a era do Jurássico. Este tipo de fóssil é particularmente especial porque é um dos primeiros registos deste tipo de animal do período Jurássico no Reino Unido“, realça Martill, professor da Universidade de Portsmout.

Segundo o Phys.org, os pterossauros dos períodos Triássico e Jurássico tinham envergaduras entre um metro e meio e dois metros, pelo que eram geralmente mais pequenos do que os do período Cretássico. Por sua vez, esta descoberta sugere que alguns pterossauros do Jurássico podiam crescer muito mais.

“Este animal é agora um dos maiores pterossauros conhecidos do período Jurássico em todo o mundo, superado apenas por um espécime na Suíça”, acrescenta o investigador.

“A nossa alcunha para o pterossauro, mostra que os pterodáctilos que dominaram o Cretáceo, atingiram grandes tamanhos quase imediatamente após terem aparecido pela primeira vez no Jurássico Médio, na altura em que os antepassados dinossauros das aves estavam a voar”, conclui o coautor do estudo Dave Unwin.

James Etienne, geólogo e primeiro autor do estudo, descobriu o espécime em 2022, enquanto caçava répteis marinhos fósseis, quando a formação de argila Kimmeridge, depósito sedimentar de argila marinha fossilífera e lama da época do Júrassico Superior, foi temporariamente exposta no chão de uma pedreira.

Através desta exposição, os cientistas encontraram ossos de ictiossauros, plesiossauros e outras espécies marinhas antigas — incluindo amonites e bivalves, crocodilos marinhos e tubarões.

Soraia Ferreira, ZAP //

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