Uma equipa de paleontólogos dos Estados Unidos e do Reino Unido descobriu os restos bem preservados de uma antiga criatura marinha, um parente dos invertebrados conhecidos como pepinos do mar.
O corpo do “monstro marinho” media três centímetros e estava completamente coberto de placas ósseas. A criatura antiga era dotada de 45 tentáculos blindados, que eram provavelmente utilizados para capturar comida e para se esgueirar pelo fundo do mar.
A equipa, que publicou esta semana os resultados da investigação na revista cientifica Proceedings of the Royal Society B, batizou o pequeno ser de Sollasina cthulhu, em homenagem a uma das mais conhecidas criatura fantásticas das histórias de terror de H. P. Lovecraft.
Ao contrário da entidade cósmica que protagoniza “The Call of Cthulhu”, a criatura agora encontrada é minúscula. Contudo, notam os cientistas, com os muitos “pés tubulares” estendidos em todas as direções, a criatura pareceria muito maior.
Mesmo com um tamanho tão pequeno, não deixava de inspirar “pesadelos”: os seus tentáculos tinham uma espécie de armadura e eram usados para apanhar alimento, movimentar-se e afastar predadores.
Outra das diferenças entre o ser ficcional de Lovecraft e a criatura real é a idade: o fóssil encontrado em Herefordshire é bem mais velho, tendo cerca de 430 milhões de anos.
“Neste documento, relatamos um novo equinodermo, o grupo [de animais] que inclui ouriços do mar, pepinos do mar e estrelas do mar, com preservação de tecidos moles. (…) Esta nova espécie pertence a um grupo extinto chamado opiocystioids“, pode ler-se.
Os cientistas revelaram ainda que a reconstrução tridimensional deste espécime revelou tecidos moles nunca antes encontrados em fósseis deste género.
“Com a ajuda da tomografia físico-óptica de alta resolução, descrevemos as espécies em 3D, revelando elementos internos do sistema vascular da água que eram anteriormente desconhecidos neste grupo e em quase todos os equinodermos fósseis”, apontou o paleontólogo Derek Briggs, da Universidade de Yale, nos Estados Unidos.
A descoberta deste “primo” do pepino do mar vai ajudar os cientistas a melhor compreender as mudanças que ocorreram na evolução inicial deste grupo.