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Descoberto estranho enterro medieval na Sicília

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Emanuele Canzonieri

Uma equipa de cientistas, liderada pelo arqueólogo Roberto Miccichè, descobriu um estranho enterro medieval do século XI na Piazza Armerina, na região da Sicília. Os especialistas acreditam que o homem foi apunhalado até à morte.

Em causa está um estranho enterro num buraco raso, desprovido de quaisquer objetos funerários, contendo apenas os restos mortais de um homem com 30 ou 40 anos deitado de bruços – posição incomum para aquele período medieval. Segundo o Live Science, o homem terá sido imobilizado com laços.

Recorrendo a tomografias computorizadas e reconstruções 3D, os cientistas encontraram sinais de seis ferimento infligidos com uma arma branca no esterno do cadáver. De acordo com os cientistas, o corte deverá ter sido feito com uma faca ou um punhal.

O objeto cortante terá atingido o homem na parte superior das costas e os cientistas acreditam que a vítima estivesse ajoelhada aquando o momento do ataque, tendo morrido rapidamente devido à perfuração repetida do pulmão e do coração.

Miccichè afirmou que atacante conhecia muito bem a anatomia humana e que o seu objetivo passava por acabar com a vítima de forma “muito eficaz e rápida”.

Quanto à posição em que o corpo foi encontrado, o arqueólogo explicou que esta “não segue nenhuma prescrição religiosa” da época. Na Idade Média, judeus e cristãos enterravam os seus mortos virados para cima, enquanto os muçulmanos colocam os defuntos virados para o lado direito.

À luz da época, enterros atípicos refletiam crenças supersticiosas ou então indicavam que o morto era alguém fora da lei, o que provavelmente aconteceu neste caso. Seguindo este raciocínio, Miccichè acredita que se tratou de uma execução de um exilado.

O padrão incomum sugere que o homem foi morte durante um período caótico. “Acreditamos que o nosso caso se enquadre no período de crise e reorganização social que ocorreu na Sicília, após a conquista normanda de 1061 d.C.”, afirmam os arqueólogos no artigo científico esta semana publicado na revista especializada International Journal of Osteoarchaeology.

ZAP //

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