O azul das safiras há muito que cativa as pessoas. No entanto, as suas origens nas profundezas da Terra têm permanecido um enigma para os cientistas.
Embora as safiras sejam frequentemente encontradas em regiões vulcânicas ou nos leitos dos rios, o processo exato da sua formação tem sido debatido durante anos.
Um novo estudo veio agora finalmente esclarecer a forma como estas pedras preciosas surgiram.
As safiras são predominantemente compostas por corindo, uma forma cristalina de óxido de alumínio — o que dá às safiras a sua cor azul caraterística é a presença de oligoelementos como o titânio e o ferro.
Mas a jornada de como este corindo se forma e como chega à superfície é o que intriga os geólogos há tanto tempo.
Durante anos, os cientistas souberam que as safiras são frequentemente encontradas em depósitos vulcânicos, como os da região vulcânica de Eifel, na Alemanha. Aqui, o magma das profundezas do manto terrestre sobe para a crosta, rico em elementos como o sódio e o potássio.
Esta atividade vulcânica parecia desempenhar um papel na formação da safira, mas o mecanismo exato era incerto.
As safiras formaram-se nas profundezas do manto e foram transportadas para cima pelo magma, ou foram criadas na crosta através de outros processos?
Segundo o Science Alert, uma equipa de investigadores descobriu que as safiras podem, de facto, ser forjadas nas condições intensas da atividade vulcânica.
Ao estudarem pequenas safiras da região de Eifel, encontraram provas de que os cristais se formam quando o magma aquece e comprime o óxido de alumínio na crosta terrestre, criando o corindo.
Para chegar a esta conclusão, os investigadores recolheram 223 safiras microscópicas e analisaram-nas utilizando técnicas avançadas.
Os peritos concentraram-se nas inclusões de dióxido de titânio e zircão dentro das safiras e examinaram as proporções de isótopos de oxigénio no corindo. Estas inclusões são vitais, uma vez que incorporam urânio quando se formam, que depois se decompõe em chumbo.
Ao medir o rácio urânio-chumbo, os cientistas puderam datar as safiras e associar a sua formação à atividade vulcânica.
Além disso, os investigadores estudaram os rácios dos isótopos de oxigénio, analisando especificamente a presença de oxigénio-16 e oxigénio-18. O isótopo mais pesado, o oxigénio-18, é mais comum em minerais da crosta profunda, enquanto o oxigénio-16 é mais abundante em geral.
A análise revelou que as safiras continham rácios de isótopos tanto do manto como da crosta, indicando que se formaram na crosta superior, a não mais de sete quilómetros abaixo da superfície. Os resultados do estudo foram publicados recentemente na revista Contributions to Mineralogy and Petrology