É o primeiro estudo a medir as concentrações de metais em tampões e traz resultados desconcertantes. Todos os 30 tampões de 14 marcas diferentes testaram positivo para a maioria os metais tóxicos testados.
O estudo pioneiro, publicado na revista Environment International no início deste mês, revelou a presença de metais tóxicos, incluindo arsénico e chumbo, nos vários tampões testados — uma descoberta considerada “preocupante” dado os milhões de pessoas que podem assim estar em risco de sofrer efeitos adversos para a saúde devido a estes contaminantes.
Os investigadores acreditam que este é o primeiro estudo a medir as concentrações de metais nos tampões.
“Apesar deste grande potencial de preocupação com a saúde pública, muito pouca investigação foi feita para medir os produtos químicos nos tampões”, disse a autora principal Jenni A. Shearston em comunicado.
O estudo sublinha que entre 52% e 86% das pessoas que menstruam nos EUA utilizam tampões, muitas vezes por períodos prolongados.
Todos os metais estão nos tampões
Para colmatar a lacuna, Shearston e a sua equipa analisaram 30 tampões de 14 marcas, e testaram 16 metais, incluindo arsénio, bário, cálcio, cádmio, cobalto, crómio, cobre, ferro, manganês, mercúrio, níquel, chumbo, selénio, estrôncio, vanádio e zinco.
O estudo encontrou níveis detetáveis de todos os metais testados, incluindo os tóxicos como o arsénio e o chumbo, em vários tipos de tampões.
As concentrações variam consoante a região, marca e tipo de material (orgânico ou não orgânico). Em particular, o chumbo foi mais encontrado nos tampões não orgânicos, enquanto o arsénio é mais presente nos orgânicos.
Entre os metais encontrados, vários, incluindo o arsénio, o cádmio, o crómio, o chumbo e o vanádio, estavam presentes em todas as amostras.
O chumbo apresentou a concentração mais elevada, com uma média geométrica de 120 nanogramas por grama; o zinco apresentou a concentração global mais elevada, com uma média geométrica de 52.000 ng/g.
“Preocupantemente, encontrámos concentrações de todos os metais que testámos, incluindo metais tóxicos como o arsénico e o chumbo”, disse Shearston.
Por que é que fazem mal à saúde?
Sabe-se que os metais aumentam o risco de demência, cancro, infertilidade, diabetes e podem danificar vários órgãos e sistemas.
O grande problema está na elevada capacidade de absorção da pele vaginal, que permite que quaisquer metais presentes nos tampões representem um sério risco de exposição.
“O uso de tampões é uma fonte potencial de exposição a metais”, concluem os autores do estudo: “É necessária investigação futura para reproduzir os nossos resultados e determinar se os metais podem sair dos tampões e atravessar o epitélio vaginal para a circulação sistémica”, explicam os autores.
Este assunto já era divulgado há alguns anos noutras plataformas que eram descredibilizadas pelas “autoridades”.
Finalmente é divulgado!
“O estudo sublinha que entre 52% e 86% das pessoas que menstruam nos EUA utilizam tampões”
Pessoas que menstruam são mulheres. Elas foram desclassificadas?
Apenas as mulheres menstruam, existe algum problema com a palavra mulheres?
Caro leitor,
Não temos problemas com a palavra mulheres, nem temos problemas com a palavra pessoas.
Não embarcamos nas discussões fúteis de semântica da moda, e achamos bizarro que o que preocupa alguns leitores seja o uso ou não de uma palavra ou de outra equivalente, em vez de questionarem, por exemplo, a validade do estudo que dá um intervalo “entre 52% e 86%”, que consta na mesma frase, e que eventualmente deveria levantar mais dúvidas.